Envelhecer com HIV: desafios e avanços na qualidade de vida após os 50 anos
Com dados recentes do Ministério da Saúde, entenda como o Brasil enfrenta o envelhecimento da epidemia de HIV e os impactos na saúde feminina e masculina.
O envelhecimento da população vivendo com HIV é uma realidade crescente no Brasil, que traz novos desafios para a saúde pública e para a qualidade de vida dessas pessoas. Dados do Boletim Epidemiológico de HIV e Aids 2025, do Ministério da Saúde, revelam que a participação de pessoas com 50 anos ou mais entre os novos casos de HIV aumentou significativamente na última década: entre as mulheres, passou de 10,9% em 2014 para 17% em 2024, e entre os homens, de 7,6% para 9%.
Esse cenário reflete, em parte, o avanço do tratamento antirretroviral, que garante maior sobrevida, mas também evidencia falhas estruturais, como o diagnóstico tardio, a pouca discussão sobre sexualidade na maturidade e a baixa percepção de risco entre essa faixa etária.
Envelhecer com HIV é diferente de envelhecer sem o vírus. Pessoas vivendo com HIV (PVHIV) acima dos 50 anos enfrentam maior incidência de síndromes geriátricas precoces, como pré-fragilidade, declínio cognitivo e depressão. Além disso, o etarismo — preconceito relacionado à idade — se soma à sorofobia, racismo e desigualdades sociais, agravando a exclusão e dificultando o acesso ao cuidado adequado.
Em 2024, o Brasil registrou 39.216 novos diagnósticos de HIV, mantendo uma leve alta na taxa de incidência. O envelhecimento da epidemia impõe a necessidade de integrar infectologia e geriatria no Sistema Único de Saúde (SUS), com protocolos específicos para abordar a sexualidade na maturidade, combater o estigma e adaptar triagens geriátricas.
Entre os principais desafios estão o envelhecimento acelerado e a multimorbidade associada ao uso contínuo da terapia antirretroviral, o diagnóstico tardio que ainda é regra para a maioria das pessoas com mais de 50 anos, e a invisibilidade da sexualidade na maturidade, que limita a oferta de testagem e prevenção. O estigma e o etarismo afastam essa população do cuidado, aumentando o sofrimento psíquico e o abandono do tratamento.
O Boletim Epidemiológico de 2025, que marca os 40 anos da resposta brasileira ao HIV, mostra que, apesar da mortalidade por aids estar no menor nível histórico, as desigualdades regionais e estruturais continuam impactando negativamente a população mais velha.
Para enfrentar esses desafios, é fundamental a atualização das campanhas de prevenção para incluir pessoas acima de 50 anos, a integração real entre infectologia, geriatria e saúde mental, e o combate ao etarismo nos serviços de saúde. Organizações da sociedade civil que atendem pessoas idosas LGBTQIA+ desempenham papel essencial na redução das vulnerabilidades.
O envelhecimento com HIV é uma pauta urgente e prioritária, alinhada às discussões globais sobre “HIV & Healthy Aging”, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e centros internacionais de longevidade. O Brasil precisa adaptar suas políticas públicas para acompanhar essa nova fase da epidemia e garantir qualidade de vida para todas as idades.
Este conteúdo foi elaborado com base em dados e informações fornecidas pela assessoria de imprensa especializada em saúde.
Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA



