SUS amplia tratamento da dor crônica com estimulação medular: entenda a técnica

Novo procedimento cirúrgico será oferecido gratuitamente a pacientes que não respondem a terapias convencionais

O Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou a estimulação medular (Spinal Cord Stimulation – SCS) como opção para o tratamento da dor crônica refratária. A decisão, publicada no Diário Oficial da União, prevê que o procedimento esteja disponível para os pacientes até abril de 2026, ampliando o acesso a uma terapia antes restrita à rede privada. A informação foi divulgada pela assessoria de imprensa da Unicamp, com comentários do neurocirurgião e pesquisador Dr. Marcelo Valadares, especialista em neuromodulação.

A estimulação medular consiste na implantação de eletrodos próximos à medula espinhal, conectados a um pequeno gerador de pulsos semelhante a um marcapasso. Esse dispositivo envia estímulos elétricos que modulam a transmissão da dor, reduzindo sua percepção antes que chegue ao cérebro. O tratamento é indicado para pacientes que não obtiveram alívio satisfatório com medicamentos ou outras intervenções, apresentando taxas de resposta superiores a 50%, além de diminuir o uso de analgésicos potentes, como opioides.

Dr. Marcelo Valadares explica que a terapia é recomendada após avaliação detalhada, quando outras opções não invasivas falharam. “Muitos pacientes já fazem uso de analgésicos potentes, inclusive opioides como morfina, por longos períodos, e ainda assim continuam com dor incapacitante. A terapia só é aplicada quando está bem indicada”, destaca o especialista.

O procedimento será oferecido pelo SUS para casos de dor crônica no tronco e membros, ampliando as alternativas para pessoas que convivem com dor persistente. Fora do escopo aprovado para o SUS, a estimulação medular também é utilizada em outras condições, como síndrome pós-cirúrgica da coluna, síndrome de dor regional complexa (CRPS), neuropatias periféricas, dor visceral e dores isquêmicas periféricas, com resultados positivos em diversas regiões do corpo.

A cirurgia é realizada em duas etapas: inicialmente, um teste com eletrodos temporários avalia a resposta do paciente. Se houver benefício, realiza-se o implante definitivo do gerador sob a pele. O procedimento é minimamente invasivo, com alta geralmente no mesmo dia ou no seguinte, e ajustes finos feitos nas semanas seguintes para otimizar os resultados.

Após o implante, o paciente pode retomar suas atividades normais, com orientações específicas, como portar uma carteirinha de dispositivo implantável para evitar problemas em detectores de segurança. Os modelos atuais permitem exames de ressonância magnética, desde que respeitadas as condições de segurança.

Segundo Dr. Marcelo Valadares, a incorporação da estimulação medular ao SUS tem grande relevância social, pois oferece acesso a um tratamento de alto custo para pessoas que sofrem com dores intensas e limitantes. “Viabilizar o acesso em hospitais habilitados significa não apenas reduzir o sofrimento individual, mas também contribuir para que esses pacientes recuperem autonomia e qualidade de vida, com impacto direto em sua reinserção social e produtiva”, conclui.

Com essa novidade, o SUS avança na oferta de tratamentos inovadores que promovem o bem-estar e a saúde da população, especialmente para quem enfrenta dores crônicas incapacitantes.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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