Como evitar golpes e armadilhas ao contratar crédito consignado
Especialista aponta cinco práticas essenciais para proteger consumidores, especialmente idosos, diante do aumento das fraudes financeiras no Brasil
No primeiro semestre de 2025, o Brasil registrou 6,9 milhões de tentativas de fraude, um aumento de 29,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo levantamento da Serasa Experian. Bancos e emissores de cartões concentraram 53,7% das ocorrências, enquanto outros 25,5% das operações criminosas foram aplicadas a outros tipos de serviços financeiros.
Nesse cenário, o público idoso mostrou-se o mais vulnerável. Segundo o Relatório de Identidade e Fraude 2025, da própria Serasa, metade dos brasileiros (51%) foi vítima de algum tipo de fraude em 2024, e 57% das pessoas com mais de 50 anos afirmam já ter caído em golpes financeiros, muitos deles envolvendo empréstimos consignados fraudulentos.
A digitalização dos serviços financeiros trouxe conveniência e rapidez, mas também abriu espaço para novas modalidades de golpe. As armadilhas em crédito consignado geralmente exploram a desatenção do consumidor com comunicações falsas e promessas de vantagens fora da realidade.
Diante desse cenário, listo cinco boas práticas para fugir de armadilhas na hora de contratar crédito:
1. Desconfie de promessas de crédito “liberado na hora” ou com “taxas imbatíveis”
Ofertas muito vantajosas costumam ser iscas para golpes. Nenhuma instituição séria libera empréstimo sem análise prévia ou checagem de identidade. Antes de aceitar qualquer proposta, confirme se a empresa é real, verifique o CNPJ e procure pelos canais oficiais da instituição. Crédito rápido é diferente de crédito sem critério. Se não houver análise ou documentação, é sinal de alerta.
2. Nunca compartilhe dados pessoais por telefone, redes sociais ou WhatsApp
Criminosos frequentemente se passam por funcionários de bancos ou empresas para obter informações sigilosas, como CPF, número do benefício ou senhas. A orientação é simples: jamais informe dados sensíveis por mensagens ou ligações. Golpistas usam cada vez mais táticas de persuasão e engenharia social. O consumidor deve sempre encerrar o contato e buscar os canais oficiais da empresa.
3. Verifique se a empresa é autorizada pelo Banco Central
Antes de contratar qualquer crédito, é possível consultar o nome da empresa diretamente no site do Banco Central para ter a garantia de que a instituição segue regras e auditorias rígidas. Essa checagem simples evita cair em esquemas de falsos correspondentes bancários. É uma etapa básica, mas que muita gente ainda ignora.
4. Leia o contrato com calma e não assine nada sob pressão
Muitos golpes começam quando o cliente é induzido a assinar sem compreender o valor total da dívida. O contrato deve sempre apresentar taxa de juros, número de parcelas e o valor líquido recebido. Qualquer divergência nesses pontos é motivo para interromper a negociação.
5. Nunca aceite pagar “taxas de liberação” antecipadas
Nenhuma empresa legítima cobra qualquer valor para liberar o crédito. Golpistas costumam pedir depósitos alegando “custos administrativos” e desaparecem logo depois. A orientação é clara: se pedirem dinheiro adiantado, encerre o contato imediatamente. Esse é o golpe mais clássico e, ainda assim, um dos que mais fazem vítimas. Nenhuma instituição financeira cobra depósito antecipado para liberar empréstimo.
O crédito consignado é uma ferramenta valiosa quando usada com segurança. É fundamental unir tecnologia e informação para que o consumidor tenha acesso a soluções financeiras sem se expor a riscos desnecessários.
Por Túlio Matos
CEO da iCred, fintech especializada em crédito consignado para beneficiários do INSS, antecipação do FGTS e consignado trabalhador
Artigo de opinião



