Cresce o HIV entre idosos e saúde mental precisa de atenção urgente, alerta SBGG

Diagnósticos de HIV aumentam 441% em pessoas com 60+; apoio emocional é fundamental para tratamento e qualidade de vida.

Dados recentes da assessoria de imprensa da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) revelam um crescimento preocupante dos casos de HIV entre a população com 60 anos ou mais. Entre 2011 e 2021, foram registrados 12.686 diagnósticos de HIV nessa faixa etária, além de 24.809 casos de AIDS e 14.773 mortes. Ainda mais alarmante é o aumento de 441% nos diagnósticos entre 2012 e 2022, sendo essa a única faixa etária que apresentou crescimento percentual no número de óbitos ao longo da última década.

Apesar da Campanha Dezembro Vermelho, que destaca a prevenção do HIV/AIDS e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), a população idosa muitas vezes é negligenciada nas ações de conscientização, por não ser considerada público-alvo. Essa visão equivocada contribui para o atraso no diagnóstico e para o impacto emocional negativo que o HIV pode causar após os 60 anos.

Segundo a psicóloga Cecília Galetti, da diretoria da SBGG Paraná, o diagnóstico nessa fase da vida provoca um forte abalo emocional. “Muitos ainda carregam as lembranças da época em que o HIV era associado diretamente à morte, o que intensifica o sofrimento psíquico e pode levar ao retraimento social.” Ela destaca que preconceitos e julgamentos morais surgem tanto no ambiente social quanto dentro da família, gerando medo da discriminação, isolamento e até ocultação do diagnóstico, o que dificulta a busca por cuidados médicos.

O impacto emocional é profundo e pode incluir depressão, ansiedade, desesperança e até aumento das tentativas de suicídio. “A depressão é um dos transtornos mais prevalentes entre a população 60+ que vive com HIV. Sintomas como apatia, tristeza, perda de interesse e alterações do sono comprometem a adesão ao tratamento antirretroviral. Além disso, o uso de álcool e outras substâncias como forma inadequada de enfrentamento agrava ainda mais a situação”, explica Cecília.

O apoio social é essencial para o enfrentamento da doença. Familiares, amigos e comunidades que acolhem e validam os sentimentos da pessoa idosa contribuem significativamente para a aceitação do diagnóstico e para o cuidado contínuo. “Quem vive sozinho ou enfrenta rejeição tem maior risco de abalo na saúde mental e pior adesão ao tratamento”, alerta a psicóloga.

Para ajudar, é fundamental desconstruir o mito de que pessoas idosas não têm vida sexual ativa. “Sexualidade é parte da condição humana em todas as fases da vida e reconhecer isso possibilita conversas honestas, sem moralismo e sem medo”, reforça Cecília. Familiares e cuidadores devem ouvir sem julgar, reconhecer o sofrimento, incentivar o tratamento clínico e psicológico e fortalecer a autonomia dos idosos. Essas atitudes promovem autoestima, reduzem o sofrimento emocional e melhoram a qualidade de vida.

A SBGG, fundada em 1961, é uma associação que reúne profissionais interessados em geriatria e gerontologia, com o objetivo de promover um envelhecimento digno e saudável por meio do conhecimento científico e capacitação permanente.

Este alerta reforça a importância de ampliar o olhar para a saúde da população 60+, especialmente no que diz respeito à prevenção, diagnóstico precoce e suporte emocional para quem vive com HIV. O envelhecimento ativo e saudável passa necessariamente pelo cuidado integral, que inclui saúde mental e apoio social.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

👁️ 29 visualizações
🐦 Twitter 📘 Facebook 💼 LinkedIn
compartilhamentos

Comece a digitar e pressione o Enter para buscar

Comece a digitar e pressione o Enter para buscar