Como organizar suas finanças para pagar as contas de janeiro sem apertos

Estratégias práticas para usar o 13º salário com inteligência e evitar dívidas no começo de 2026

O fim do ano é, naturalmente, o período em que os brasileiros mais gastam — entre festas, presentes e viagens de férias. Ao mesmo tempo, precisam se preparar para as despesas pesadas de janeiro, como IPVA, material escolar e seguros. Segundo o Datafolha, 43% da população não possui reserva financeira e 84% enfrentou alguma emergência no último ano, o que pode impactar as contas da virada para 2026.

O desafio não é só gastar menos, mas criar estratégias para isso. Listo cinco passos para atravessar dezembro e entrar em 2026 com as contas organizadas, baseados no que mais funcionou entre meus alunos.

1. Trate o 13º como parte da renda — não como dinheiro extra
O maior erro é enxergar o décimo terceiro como bônus ou “dinheiro livre”. Ele deve entrar no planejamento do mês como parte do orçamento total, para ser distribuído entre contas, dívidas e compromissos futuros. Quando a pessoa já contabiliza o 13º no orçamento, ela evita a sensação de folga e começa a tomar decisões melhores.

2. Priorize o débito
O cartão de crédito é um dos maiores inimigos de quem está tentando reorganizar a vida financeira. No cartão tudo sobe: a fatura, as milhas e a sensação de satisfação. No débito, o dinheiro realmente sai — e isso traz mais sensibilidade ao gasto. Antes de comprar presentes, viajar ou aproveitar promoções, o ideal é amortizar dívidas com juros altos, como rotativo e cheque especial.

3. Reserve parte do dinheiro para as contas de janeiro
IPVA, material escolar, seguros e renovações chegam juntos e costumam comprometer boa parte do salário de janeiro. Destinar uma fatia do 13º especificamente para essas despesas previsíveis evita começar 2026 no vermelho.

4. Descubra seu limite diário de gastos (o ‘velocímetro’ financeiro)
Para quem quer reencontrar o controle, recomendo um método simples: calcular quanto pode gastar por dia. É uma forma prática de balizar decisões diárias sem depender de planilhas complexas. Se a pessoa sabe que pode gastar R$ 100 por dia, ela entende rapidamente quando pode ou não fazer uma compra. É isso que cria sobra — e é com essa sobra que nasce a reserva financeira. A lógica funciona como um velocímetro: gasta mais hoje, reduz amanhã; gasta menos hoje, tem folga depois.

5. Cuidado com o ‘milagre financeiro’ e priorize a reserva de emergência
Quem está apertado costuma acreditar que um dinheiro extra — bônus, férias, herança ou o próprio 13º — vai “resolver tudo”. Essa crença abre espaço para decisões ruins, dívidas novas e até golpes. Em vez de apostar em retornos rápidos, o caminho é calcular o custo de vida e destinar parte desse dinheiro para formar a reserva de emergência. Emergência não é se vai acontecer, é quando e quanto vai custar. A reserva é o amortecedor que impede que qualquer imprevisto derrube as suas finanças e seus planos.

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Por Breno Nogueira

especialista em finanças pessoais, fundador da Escola do Breno, que já ajudou mais de 20 mil alunos a reorganizarem a vida financeira

Artigo de opinião

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