“Esquecemos os nomes dos pássaros”: poesia de resistência e memória da escritora mineira Sarah Munck
Novo livro da poeta Sarah Munck une lirismo e denúncia, dando voz às mulheres e à arte como refúgio em tempos difíceis
A escritora e professora mineira Sarah Munck lança seu mais recente livro de poesia, “Esquecemos os nomes dos pássaros” (Provérbio Editora, 97 páginas, 2025), uma obra que se destaca como um manifesto poético de resistência e memória. Com uma escrita que transita entre o lírico e o político, o livro aborda temas como as vozes femininas, a violência social e a arte como refúgio em tempos de barbárie.
Segundo dados da assessoria de imprensa, a obra constrói uma narrativa engajada com as dores coletivas e as resistências íntimas, utilizando a linguagem para preservar a memória e denunciar as desigualdades. O texto da quarta capa é assinado pela escritora Mírian Freitas, e o posfácio, pela escritora Gisela Maria Bester, reforçando a importância literária do livro.
A estrutura do livro é organizada em seções temáticas como “enxoval”, “extermínio” e “angelus novus”, formando um mosaico de poemas que dialogam entre si por ecos e ressonâncias. Um dos elementos centrais é a figura de “Kitty”, personagem do diário imaginário de Anne Frank, que aparece em cartas ao longo do livro. Sarah explica: “Ao dirigir-me a ela em alguns poemas, busquei recriar esse gesto de Anne: o de escrever para alguém que escuta, mesmo em meio ao silêncio e à guerra”. A palavra “Kitty” funciona como uma confidente e uma forma de dar voz às mulheres silenciadas pela violência, além de dialogar com aquelas que continuam a narrar o próprio tempo.
Além de Anne Frank, a autora estabelece diálogos literários e filosóficos com nomes como Walter Benjamin, Heba Abu Nada, Federico García Lorca e Maria Teresa León, ampliando o alcance da obra. Sarah Munck destaca: “Acredito que a poesia pode preservar o humano em meio à perversidade. Por isso, minha escrita busca unir crítica e lirismo, política e afeto, denúncia e consolo”.
A publicação foi viabilizada pelo Edital Murilão do Programa Cultural Murilo Mendes, da Fundação Cultural Ferreira Lage (FUNALFA), em parceria com a Provérbio Editora, ambos sediados em Juiz de Fora, cidade natal da autora. Um diferencial importante do livro é a acessibilidade: por meio de um QR code na capa, o leitor pode acessar audiodescrição da capa, vídeos com declamação em voz da autora e interpretação em Libras de todos os poemas, realizada por uma profissional da área.
Sarah Munck define o processo de escrita como um ato ético e estético, resultado de meses de imersão em que a palavra se tornou refúgio e denúncia, gesto de empatia e reconstrução. “Escrever não é apenas um ato estético, mas também ético, uma tentativa de restaurar sentido e humanidade em um tempo que tantas vezes parece perdê-los”, reflete a autora.
“Esquecemos os nomes dos pássaros” reafirma a potência da arte como forma de sobrevivência e recomeço, transformando a experiência da violência em palavra viva e denunciando a indiferença. Nas palavras da poeta, “é preciso reconhecer os pássaros, de seu canto e voo diante das ruínas”.
Sarah Munck é graduada, mestre e doutora em Letras pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e atua como professora no Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais. Com menção honrosa no Prêmio Ria Livraria, ela já é autora do livro “O diagnóstico do espelho” (2023) e agora apresenta esta nova obra que promete impactar leitores e leitoras que buscam poesia engajada e sensível.
Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA



