Violência contra a mulher: a mudança começa na educação de meninos e meninas
Entenda como a desconstrução de estereótipos desde a infância é essencial para combater o feminicídio no Brasil
Nos últimos dias, o Brasil tem vivido momentos de comoção diante da brutalidade crescente dos feminicídios. Casos chocantes, como o assassinato de uma mulher e seus quatro filhos em Pernambuco e o ataque de um colega de trabalho contra duas mulheres, evidenciam a gravidade do problema. Segundo dados recentes, a média nacional é de quatro feminicídios consumados e 15 tentativas diárias, deixando vítimas com sequelas físicas e emocionais profundas.
A advogada e pesquisadora Dra. Fernanda Las Casas, doutora em Direito Civil pela USP e presidente da Comissão Nacional de Pesquisas do Instituto Brasileiro de Direito da Família (IBDFAM), destaca que o endurecimento das penas é importante, mas insuficiente para frear esse cenário. Para ela, a raiz da violência está na cultura e nos estereótipos que moldam comportamentos desde a infância.
Em sua tese de doutorado, que resultou no livro “Família: mitos ancestrais e crise da maternidade”, Dra. Fernanda explica que os mitos da virilidade — que associam o homem à força, coragem e violência — e da maternidade — que colocam a mulher como frágil, dócil e destinada ao cuidado — são construções sociais que perpetuam desigualdades e violência. “Homens são treinados para esterilizar seus sentimentos e acabam exteriorizando frustrações por meio da violência. Mulheres, por sua vez, são treinadas para a submissão”, afirma a pesquisadora.
Essa dinâmica cultural, segundo Dra. Fernanda, contribui para o aumento dos feminicídios, especialmente em um contexto de instabilidade econômica e social, onde os homens encontram na violência uma forma distorcida de expressar suas emoções. Para reverter esse quadro, é fundamental uma reestruturação cultural que comece na base: a educação de meninos e meninas.
A pesquisadora defende que políticas públicas devem atuar desde o ensino básico para desconstruir esses estereótipos de gênero, promovendo a igualdade e o respeito mútuo. Além disso, é necessário revisar legislações que ainda carregam traços misóginos e repensar os papéis dentro das famílias, para que o cuidado e as responsabilidades sejam compartilhados de forma justa.
“Se a família é a base da sociedade, essa base não pode continuar recaindo exclusivamente sobre a mulher, sem a divisão de tarefas e a distribuição equitativa da riqueza”, conclui Dra. Fernanda Las Casas.
Este conteúdo foi elaborado com informações da assessoria de imprensa, trazendo uma reflexão urgente sobre a necessidade de transformação cultural para combater a violência contra a mulher no Brasil. A mudança começa na educação e na desconstrução de mitos que perpetuam a desigualdade e a violência.
A conscientização e o engajamento de toda a sociedade são passos essenciais para garantir um futuro mais seguro e igualitário para mulheres e homens.
Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA



