Natal sem Conflitos: Estratégias para Encontros Familiares Saudáveis

Como lidar com parentes difíceis e proteger sua saúde emocional durante as festas de fim de ano

As festas de fim de ano costumam carregar a expectativa de encontros harmoniosos e cheios de amor e afeto. Mas, para muitas famílias, a realidade envolve tensões antigas, diferenças de personalidade e conflitos não resolvidos. “O Natal pode ser um gatilho emocional porque reúne pessoas que, ao longo do ano, mantêm uma convivência limitada justamente para evitar desgaste”, diz Danielle Admoni, psiquiatra da infância e adolescência, supervisora na residência de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp/EPM) e especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).

O primeiro passo para um Natal mais saudável é abandonar a fantasia do encontro perfeito. “Quando ajustamos as expectativas, diminuímos a cobrança e ficamos mais preparados para lidar com imprevistos”, afirma a médica.

Outro ponto importante é aplicar limites que protegem o bem-estar sem gerar confronto. Isso inclui planejar quanto tempo permanecer no evento, identificar temas delicados a serem evitados e até definir estratégias de fuga elegante caso o clima pese. “Caso tenha conflitos com pessoas da família, tente relaxar e lembrar que é um encontro pontual, que vai durar apenas algumas horas. E não tente vencer todas as discussões”, diz Danielle Admoni.

Para quem convive com parentes difíceis, a recomendação é focar em comportamentos controláveis. Afinal, não é possível mudar o outro, mas é possível controlar a forma como reagimos. Técnicas como respiração profunda e pausas estratégicas também ajudam a impedir escaladas de estresse, se chegar nesse ponto.

O objetivo não é criar distância entre familiares, mas sim promover encontros mais leves, baseados em limites claros e expectativas realistas. As festas de fim de ano podem ser momentos de conexão, desde que cada um respeite seu próprio limite e o do outro.

E quando o contexto familiar é realmente tóxico? Em último caso, não comparecer também é uma decisão válida. Se o ambiente não for seguro emocional ou psicologicamente, preservar-se pode ser a atitude mais saudável.

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Por Danielle Admoni

Psiquiatra da infância e adolescência, supervisora na residência de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp/EPM), especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria)

Artigo de opinião

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