Namoro de fachada no fim do ano: por que tantas pessoas fingem estar em um relacionamento?

Entenda as razões emocionais e espirituais por trás do fenômeno que cresce nas festas de fim de ano e os impactos de sustentar uma relação inexistente.

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Com a chegada de dezembro, as festas, fotos nas redes sociais, confraternizações e encontros familiares reacendem um comportamento curioso: pessoas que, mesmo solteiras ou vivendo relações instáveis, fingem ter um relacionamento. Seja publicando fotos sugestivas, insinuando um romance inexistente ou até “reprisando” antigos affairs, o chamado namoro de fachada ganha força no fim do ano e isso não acontece por acaso.

Essa é uma época marcada por expectativas sociais e comparações. Enquanto muitos celebram aniversários de namoro, viagens a dois ou jantares românticos, quem está solteiro pode sentir pressão para aparentar uma vida amorosa mais estável do que realmente está. Para alguns, é uma tentativa de evitar perguntas da família; para outros, um mecanismo de defesa para não lidar com a solidão ou com um término recente.

Para Roberson Dariel, Pai de Santo especialista em relacionamentos e presidente do Instituto Unieb, o fenômeno é mais profundo do que parece. “O fim do ano ativa uma energia coletiva de celebração, união e pertencimento. Quem está fragilizado emocionalmente pode tentar preencher esse vazio criando uma imagem de relacionamento que não existe. É uma forma de autoproteção, mas também um afastamento da própria verdade espiritual”, explica.

A carência afetiva é um dos principais gatilhos. Muitas pessoas não querem encarar dezembro sentindo que falharam no campo amoroso, especialmente quando veem casais exibindo sua rotina romântica nas redes. O namoro de fachada funciona como um escudo emocional temporário. Entretanto, segundo Roberson, ele costuma cobrar um preço alto: “Viver uma mentira afetiva abre espaço para energias de confusão, desequilíbrio e ansiedade. A pessoa sustenta uma narrativa que não alimenta o coração, apenas o ego”.

Outro fator é o medo de julgamentos externos.

Nas festas de família, ainda são comuns perguntas como “E os namoradinhos?”, “Não vai casar?”, “Cadê a pessoa especial?”. Para evitar constrangimentos, muitos criam histórias, insinuam paqueras ou fazem postagens estratégicas para parecer ocupados emocionalmente. Mas, na prática, essa escolha tende a gerar ainda mais desconexão interna. “A espiritualidade trabalha com verdade. Quando alguém finge um namoro, está se afastando da própria essência e dificultando o processo natural de atrair um amor real”, acrescenta Roberson.

O movimento também revela inseguranças emocionais profundas. Fingir estar em um relacionamento no fim do ano pode ser um sinal de que a pessoa ainda não se sente completa sozinha, precisando de uma validação externa para se sentir valorizada. Para o especialista, esse é um ponto crucial: “O amor verdadeiro só encontra espaço quando existe segurança interna. Quem aprende a estar bem consigo mesmo no fim do ano cria uma energia de abertura para viver relações mais saudáveis no ciclo seguinte.”

No fim das contas, o namoro de fachada é compreensível, mas não é sustentável. A chegada de um novo ano representa renovação, e essa renovação só acontece quando existe honestidade afetiva. Fingir um namoro pode aliviar uma dor momentânea, mas impede que a pessoa olhe para suas próprias necessidades emocionais. “O ano novo convida a romper máscaras, não criá-las. É hora de encerrar ciclos com verdade, e não com ilusões. Quando você se assume para si, a vida assume o compromisso de trazer o amor certo”, finaliza Roberson Dariel.

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Por Roberson Dariel

Pai de Santo especialista em relacionamentos e presidente do Instituto Unieb

Artigo de opinião

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