Médicos Sem Fronteiras encerra apoio à saúde na Terra Indígena Yanomami após quase três anos

Organização fortalece atendimento integrado respeitando saberes tradicionais e promove avanços na saúde indígena em Roraima

Após quase três anos de atuação, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) encerrou suas atividades em Roraima, onde ofereceu cuidados de saúde essenciais às comunidades da Terra Indígena Yanomami (TIY). O trabalho, realizado desde maio de 2023, destacou-se pelo respeito às práticas tradicionais e pela integração entre saberes indígenas e medicina ocidental, promovendo avanços significativos na assistência médica local.

Localizado na região de Auaris, o pólo-base de MSF foi reformado e ampliado em parceria com autoridades de saúde indígenas, incorporando elementos culturais como placas em línguas Sänoma e Ye’kwana. Em vez de camas hospitalares, redes serviam como leitos, respeitando os costumes locais. “Agora os cuidados de saúde são de forma integrada, Sanöma e serenabi (não indígena) juntos. Pajé e doutor juntos”, relata Miro Sanöma, morador da comunidade Kululu. Essa integração entre o conhecimento tradicional e a medicina moderna foi fundamental para o sucesso do projeto.

A TIY, maior território indígena do Brasil, abriga cerca de 30 mil pessoas em uma área maior que Portugal. MSF atuou com foco no diagnóstico e tratamento da malária, saúde mental, saúde ambiental e melhorias de infraestrutura. O médico Carlos Camacho, que trabalhou na região desde o início de 2024, destaca a redução dos casos graves: “À medida em que o trabalho de prevenção avançou, principalmente devido à promoção de saúde nas comunidades, percebemos a diminuição dos casos graves. Hoje eu já quase não atendo pacientes graves aqui em Auaris”.

Dados oficiais do Ministério da Saúde confirmam essa melhora: houve queda de 20,7% nos casos de malária no primeiro semestre de 2025 em comparação ao mesmo período de 2024, além da redução expressiva de mortes, que passaram de dez em 2023 para três nos primeiros seis meses de 2025. MSF também apoiou a Casa de Apoio à Saúde Indígena Yanomami e Ye’Kwana (CASAI–YY) em Boa Vista, fortalecendo o atendimento a pacientes que necessitam de cuidados fora do território.

Outro ponto importante da atuação foi o cuidado com a saúde mental dos jovens indígenas, que enfrentam sofrimento muitas vezes silencioso devido à ruptura com tradições. MSF realizou atividades de psicoeducação, grupos de apoio e capacitação de profissionais locais, alcançando mais de 5.500 participantes e realizando 523 consultas individuais, com foco em mulheres e adultos jovens.

O trabalho de MSF na TIY reforça seu compromisso histórico com a saúde indígena na Amazônia, iniciado nos anos 1990. No encerramento das atividades, a organização investiu em treinamentos para garantir uma transição sustentável e a continuidade dos avanços conquistados. “Chegamos com conhecimentos sobre doenças e tratamentos de não-indígenas e aprendemos sobre as doenças espirituais e as curas realizadas pelos xamãs”, afirma Damaris Giuliana, coordenadora do projeto.

Este capítulo finaliza uma importante etapa de apoio à saúde indígena, que deixa um legado de respeito cultural, fortalecimento da capacidade local e esperança para as comunidades Yanomami e Ye’kwana seguirem recebendo cuidados de qualidade.

Conteúdo elaborado com base em informações da assessoria de imprensa de Médicos Sem Fronteiras.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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