Fim de ano e violência doméstica: como identificar sinais de risco e buscar ajuda
Festas, álcool e estresse financeiro aumentam casos de abuso; entenda os sinais e saiba onde recorrer
O período de fim de ano, que deveria ser marcado por celebrações e momentos felizes, infelizmente pode se tornar um momento de grande risco para muitas mulheres. Dados da assessoria de imprensa indicam que o convívio prolongado com o parceiro, aliado ao estresse financeiro típico da época e ao aumento do consumo de álcool, cria um ambiente propício para o aumento da violência doméstica. Estatísticas de várias regiões do Brasil confirmam esse crescimento, especialmente durante feriados e fins de semana.
A advogada criminalista Mariana Rieping, especialista em Crimes de Gênero e membro da Comissão Nacional de Combate à Violência Doméstica da OAB, explica que “os principais motivos para o aumento da violência contra a mulher nessa época são o convívio forçado da vítima com seu agressor e o aumento do consumo de álcool”. O álcool, segundo ela, funciona como um catalisador que desinibe o agressor, fazendo com que comportamentos violentos, antes reprimidos, venham à tona.
Importante destacar que a violência doméstica raramente começa com agressões físicas. “Ela começa com atitudes abusivas de violência psicológica e moral”, alerta Mariana. Entre os sinais de alerta estão o controle excessivo, ciúmes obsessivos, fiscalização constante das redes sociais e invasão de privacidade, como exigir senhas e vasculhar o celular. A violência psicológica também se manifesta por meio de humilhações, críticas constantes, gritos e desvalorização, mesmo que esses comportamentos não ocorram na frente de outras pessoas.
Outro aspecto preocupante é o isolamento social imposto pelo agressor, que tenta afastar a vítima de amigos e familiares para criar dependência emocional e financeira. A agressividade verbal, com tom ameaçador, quebra de objetos e gestos intimidadores durante discussões também são sinais claros de perigo iminente. “É importante que a própria vítima esteja consciente do que é a violência psicológica e quais atitudes não devem ser normalizadas. Identificar é o primeiro passo para romper o ciclo”, reforça a advogada.
Quando a mulher está presa nesse ciclo de violência, a rede de apoio formada por amigos e familiares é fundamental. Mariana destaca que “o principal papel dessa rede é oferecer suporte e estar à disposição sem julgamentos”. Muitas vezes, a vítima está fragilizada e com medo, e o acolhimento é mais importante do que questionar. Além disso, o apoio prático para buscar atendimento psicológico, médico e jurídico é essencial para a recuperação.
Para quem está em situação de violência, existem canais oficiais de denúncia e ajuda. Em casos de emergência, a orientação é ligar para a Polícia Militar pelo número 190. Para denúncias, orientações e informações sobre direitos e locais de atendimento, o número 180 é o canal indicado, funcionando 24 horas e com total confidencialidade. O registro da ocorrência pode ser feito na Delegacia da Mulher ou em qualquer delegacia da Polícia Civil. Mariana ressalta que “embora não obrigatório, o acompanhamento de um advogado especializado pode ser fundamental para evitar a revitimização e garantir que seus direitos sejam protegidos.”
Neste fim de ano, fique atenta aos sinais e saiba que buscar ajuda é o primeiro passo para a liberdade e a segurança.
Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA



