62% dos brasileiros não se sentem preparados para ajudar mulheres em situação de violência
Índice revela falta de informação e conscientização sobre violência contra a mulher no Brasil e América Latina
Dados recentes do Índice de Conscientização sobre Violência contra as Mulheres, lançado pelo Instituto Natura em parceria com a Avon, apontam que 62% dos brasileiros afirmam não ter informação suficiente para ajudar uma mulher em situação de violência. A pesquisa, realizada entre junho e agosto de 2025 com 4.224 pessoas acima de 18 anos em todo o país, revela um cenário preocupante sobre o conhecimento e a capacidade de ação da população diante desse grave problema social.
Apesar dos esforços de governos, veículos de comunicação e organizações para ampliar a conscientização, apenas 38% dos entrevistados consideram que possuem “alguma” informação sobre os diferentes tipos de violência doméstica — física, sexual, patrimonial, moral e psicológica —, além das leis e canais de denúncia e apoio disponíveis. O índice também mostra que quatro em cada dez brasileiros não lembram de ter visto campanhas de conscientização nos últimos 12 meses, o que evidencia a necessidade de ampliar e fortalecer essas ações.
Outro dado relevante é que quatro em cada dez mulheres não reconhecem espontaneamente que já sofreram violência contra a mulher, mas, ao serem questionadas, identificam situações que se enquadram nessa definição. Isso reforça a importância da informação para que as vítimas possam identificar e denunciar os abusos.
Maria Slemenson, superintendente do Instituto Natura Brasil, destaca que “a conscientização é parte da solução do problema social que é a violência contra mulheres e meninas” e que o Índice é uma ferramenta perene para acompanhar a evolução da sociedade nesse tema. Já Beatriz Accioly, antropóloga e líder de Políticas Públicas pelo Fim da Violência Contra Meninas e Mulheres no Instituto Natura, ressalta que “enfrentar a violência contra a mulher é uma responsabilidade do Estado, mas também de toda a sociedade”.
O estudo também revela uma contradição entre o discurso e a ação: 98% das mulheres afirmam que tomariam uma atitude caso sofressem violência, especialmente acionando a polícia, mas apenas 73% das que já passaram por essa situação buscaram ajuda, muitas vezes de forma privada, sem formalizar denúncia. Além disso, 60% dos entrevistados acreditam que o que acontece entre um casal deve ser resolvido apenas pelo casal, e 15% afirmam que não ajudariam uma mulher porque “não acham que seja da sua conta”.
O Índice de Conscientização sobre Violência contra as Mulheres será aplicado também em outros países da América Latina, como Argentina, Chile, Colômbia, Peru e México, onde os desafios são semelhantes. Para reforçar a conscientização, o Instituto Natura e a Avon lançaram a campanha “Chame Pelo Nome” e participam do movimento global dos “16 dias de ativismo” contra a violência de gênero.
Esses dados reforçam a urgência de ampliar o acesso à informação e fortalecer políticas públicas e ações sociais para proteger mulheres e meninas, promovendo uma transformação cultural que reconheça a violência contra a mulher como um problema social e não apenas privado.
Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA



