Medicamentos biossimilares: revolução no acesso e economia de até 71% para a saúde no Brasil
Governo cria data nacional e promove fórum no Senado para ampliar uso de biossimilares e garantir tratamentos acessíveis
Os medicamentos biossimilares estão ganhando destaque na pauta do governo brasileiro, especialmente após uma década do registro do primeiro biossimilar fabricado totalmente no país. Desde outubro de 2015, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do primeiro biossimilar para tratamento hematológico, o Brasil tem avançado na oferta de terapias de alta complexidade com custos significativamente reduzidos.
Esses medicamentos, que são versões de biológicos produzidos após a expiração da patente do original, apresentam eficácia e segurança equivalentes, porém com preços em média 30% menores. Em alguns casos, a economia pode ultrapassar 70%, o que representa uma grande oportunidade para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para os planos de saúde privados. A importância desse avanço foi reconhecida pelo governo federal com a criação do Dia Nacional do Medicamento Biossimilar, celebrado em 16 de dezembro.
Para debater o tema, o Senado Federal realizará um fórum no dia 4 de dezembro, reunindo especialistas e representantes do setor, como a Organon, empresa que atua na área de biossimilares. Segundo Marcel Zetun, diretor executivo da Organon Brasil, “a adoção de biossimilares é uma grande oportunidade para melhorar o acesso da população a tratamentos mais complexos, com preços médios 30% inferiores e sustentabilidade para o SUS e as operadoras de saúde suplementar”.
Pesquisas recentes apresentadas no ISPOR, evento internacional de economia da saúde, reforçam os benefícios desses medicamentos. No SUS, a introdução do biossimilar rituximabe aumentou em 47% a distribuição de doses, reduzindo os custos em 20%. Na saúde suplementar, o uso de biossimilares saltou de 39% para 86% em dois anos, com potencial de economia de até 71,1%, conforme estudo liderado pelo presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia, Valderílio Azevedo.
O estudo, realizado com pacientes em tratamento de doenças autoimunes, mostrou que a substituição dos medicamentos de referência por biossimilares resultou em redução de custos estimada em 55,9%, chegando a 71,1% para pacientes que já utilizavam biossimilares desde o início do tratamento. Um exemplo prático é o infliximabe, que pode custar metade do preço do medicamento original, beneficiando pacientes com doenças como a Doença de Crohn.
O Brasil ocupa a 4ª posição mundial no uso de biossimilares, atrás de países como Estados Unidos, União Europeia e Japão. As áreas mais beneficiadas incluem oncologia, reumatologia, dermatologia, gastroenterologia, doenças inflamatórias intestinais e hematologia. A Organon comercializa biossimilares de adalimumabe, infliximabe, etanercepte e trastuzumabe, voltados para essas especialidades.
Especialistas ressaltam que, apesar dos avanços, o país ainda pode acelerar a adoção dos biossimilares com processos regulatórios mais ágeis e revisão das regras de precificação. Dr. Rafael Gama destaca que “o modelo atual de preço referencial mantém valores elevados na entrada, limitando a competição e reduzindo o impacto econômico esperado”. Novas portarias da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) devem contribuir para um cenário mais favorável.
O fórum no Senado será uma oportunidade para ampliar a conscientização sobre os biossimilares e discutir o papel do poder público na ampliação do acesso a terapias biológicas, promovendo sustentabilidade e justiça social no sistema de saúde brasileiro. A criação de uma data nacional dedicada aos biossimilares reforça a importância estratégica desse mercado e o compromisso contínuo com a inovação e a saúde da população.
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Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA



