Dezembro Vermelho alerta para avanço das ISTs e o impacto do estigma do HIV no Brasil
Conheça os dados recentes sobre o aumento das infecções e como o preconceito dificulta o diagnóstico e tratamento no país.
Dezembro Vermelho é um mês dedicado à conscientização e prevenção do HIV/Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Em 2025, o cenário no Brasil exige atenção redobrada, pois dados recentes indicam um aumento nas notificações dessas doenças, além de revelar o impacto negativo do estigma que ainda afasta muitas pessoas do diagnóstico e do tratamento adequados.
Segundo o Índice de Estigma em Relação às Pessoas Vivendo com HIV 2025, divulgado pelo UNAIDS, 52,9% das pessoas com HIV já sofreram algum tipo de discriminação, enquanto 38,8% foram alvo de comentários ou boatos. Esse preconceito dificulta o acesso aos serviços de testagem e tratamento, contribuindo para a continuidade da transmissão. Dados preliminares do Sinan apontam 23.055 casos de sífilis adquirida e 4.743 novos diagnósticos de HIV/Aids no último ano, evidenciando a urgência de ações efetivas.
O psicólogo Dr. Carlos André Moreira, da Afya Montes Claros, destaca que o maior sofrimento para quem vive com HIV muitas vezes não é o vírus em si, mas o preconceito histórico que o acompanha. “O estigma afeta profundamente a saúde mental, reforça exclusão, culpa e medo do julgamento. Isso torna o enfrentamento da condição muito mais difícil do que seria se fosse tratada como qualquer outra doença crônica”. Ele ressalta que, apesar dos avanços no tratamento, o diagnóstico ainda desperta medo e vergonha, especialmente entre jovens, devido aos julgamentos morais que persistem.
Além do HIV, a sífilis também preocupa. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 1 milhão de ISTs curáveis sejam adquiridas diariamente no mundo, podendo causar infertilidade, complicações gestacionais e aumentar o risco de transmissão do HIV. O médico infectologista Dr. Bruno Michel e Silva, da Afya Itajubá, reforça que a prevenção deve ser combinada e adaptada a cada realidade, incluindo vacinas contra HPV e hepatites, uso regular de preservativos, testagem periódica e estratégias como PEP e PrEP.
O Boletim Epidemiológico de Sífilis 2025 mostra um agravamento global da doença, com cerca de 8 milhões de casos em 2022, sendo a Região das Américas a que apresenta a maior taxa de incidência, com aproximadamente 3,37 milhões de novas infecções. O crescimento entre gestantes é especialmente preocupante, pois a transmissão vertical pode causar graves consequências à saúde do bebê. Por isso, a identificação precoce durante o pré-natal é fundamental para prevenir a sífilis congênita e proteger a saúde materno-infantil.
Este alerta reforça a importância do Dezembro Vermelho como um momento para fortalecer a informação, combater o preconceito e incentivar a prevenção e o acesso ao tratamento. A saúde sexual e o respeito às pessoas vivendo com HIV são essenciais para avançar no controle dessas infecções no Brasil.
Conteúdo produzido com dados da assessoria de imprensa.
Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA



