A Realidade Financeira dos Brasileiros: Por Que Tantos Não Conseguem Poupar?

Entender os desafios do orçamento pessoal é o primeiro passo para construir patrimônio e garantir segurança financeira no longo prazo.

Juntar dinheiro costuma ser difícil independentemente do nível de renda — e, em muitos casos, nem aumentos salariais garantem maior segurança financeira. Uma pesquisa com mais de 10 mil alunos da escola do educador financeiro Breno Nogueira revela que a falta de folga no orçamento é regra, não exceção. Entre os principais dados, destaca-se que 62,9% das pessoas não sabem quanto gastam por mês, 60,2% não têm reserva financeira e 56,9% nunca conseguiram juntar dinheiro.

Muitos brasileiros vivem pressionados entre uma renda que não acompanha o custo de vida e despesas praticamente inegociáveis, como moradia, plano de saúde, transporte e educação dos filhos. A pessoa olha apenas para a foto do momento e sente que merece um upgrade de vida, mas não percebe o impacto desse novo nível de gastos no médio e longo prazo. Se as despesas sobem junto com a renda, a folga financeira nunca chega.

Outro ponto recorrente é o comportamento após conquistar as primeiras economias. Valores como R$20 mil, R$30 mil ou R$40 mil levam muitos a acreditarem que precisam multiplicar o dinheiro rapidamente. E aí entram em apostas esportivas, operações em ações sem conhecimento e investimentos de alto risco, o que pode comprometer ainda mais a segurança financeira.

Um erro comum é assumir compromissos maiores, como um imóvel mais caro, olhando apenas para o salário atual, sem considerar o cenário de longo prazo. Sem reserva, sem renda previsível e sem método, o risco cresce. Quando a renda oscila, a pessoa pode não conseguir manter o novo compromisso. E, como o imóvel anterior foi vendido para completar a compra, não há patrimônio acumulado para servir de proteção.

Construir patrimônio exige disciplina, planejamento e conhecimento do próprio orçamento. Saber exatamente quanto se gasta por mês é o primeiro passo para criar uma reserva financeira que funcione como um colchão de segurança. Sem isso, qualquer aumento de renda pode ser rapidamente consumido por despesas maiores, perpetuando a sensação de aperto financeiro.

É fundamental mudar a mentalidade de buscar ganhos rápidos e arriscados para valorizar o crescimento gradual e sustentável do patrimônio. A segurança financeira não vem da sorte ou de apostas, mas do controle consciente das finanças pessoais e de decisões planejadas para o futuro.

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Por Breno Nogueira

Especialista em finanças pessoais, fundador da Escola do Breno, educador financeiro e influenciador

Artigo de opinião

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