“Tempos Amarelos”: romance distópico que revela a sobrecarga das mulheres racializadas
A obra de Verônica Yamada traz uma narrativa de cura e resistência diante do esgotamento emocional e corporal feminino
Com dados da assessoria de imprensa, o romance distópico “Tempos Amarelos”, da autora nipo-brasileira Verônica Yamada, aborda a sobrecarga emocional e corporal das mulheres na contemporaneidade, especialmente aquelas racializadas. A obra, publicada pela Editora SEDAS, traz uma narrativa que une ficção e cura, explorando as dores e potências do corpo feminino exausto em um mundo que exige produtividade acima da vida.
A protagonista Marina, mulher nipo-brasileira, vive em um futuro próximo onde sua energia vital é monitorada por relógios que medem sua produtividade. Ela ignora necessidades básicas, como sono e alimentação, para não interromper o trabalho, chegando a usar uma sonda urinária para continuar produzindo. O esgotamento extremo culmina em um “battery-out”, um colapso físico e mental que a lança em um estado de inconsciência. Paralelamente, Kaue, um homem também de origem nipônica, desperta de um coma e passa a encontrar Marina em um espaço onírico compartilhado durante o sono.
Verônica Yamada, médica oftalmologista e escritora, utiliza sua experiência pessoal com burnout para dar voz a uma realidade pouco discutida: o adoecimento silencioso das mulheres atravessadas por expectativas de gênero e raça. Ela destaca que “ninguém escolhe adoecer” e que o sistema impõe uma exigência constante de força. Além disso, a autora questiona estereótipos sobre mulheres asiáticas, como submissão e hipercompetência, que contribuem para o silenciamento de suas dores e o sentimento de abandono emocional.
Ao optar pelo gênero healing fiction, Verônica propõe uma ruptura com a lógica da tragédia como destino inevitável. “Tempos Amarelos” oferece um final esperançoso, apostando na possibilidade de reconstrução e cura. A narrativa transforma o corpo feminino em território político, abordando distúrbios alimentares, violências simbólicas e afetivas, e a culpa herdada de uma educação patriarcal. A figura simbólica de um corvo sem asas guia Marina em sua jornada inconsciente, representando a sabedoria ancestral feminina que ressurge para libertá-la.
A obra convida leitoras a desacelerar, olhar para dentro e reivindicar o direito ao cuidado próprio e coletivo. Como afirma a escritora Marina Yukawa, “a literatura tem poderes; que é mágica, bela e generosa” e, com “Tempos Amarelos”, “é capaz de curar almas feridas e de proporcionar bons e vitais encontros”.
Confira um trecho do livro que revela a profundidade da narrativa:
“Marina secou suas lágrimas e se pôs a pensar. Ela havia saído cedo da casa dos pais, porque queria ter seu próprio cantinho. Um lugar onde não sentisse a necessidade de agradar o tempo todo, onde não precisasse olhar para os pais e se lembrar de que eles não a amavam tanto quanto amavam seu irmão.”
“Tempos Amarelos” é uma leitura essencial para quem busca compreender as múltiplas dimensões do esgotamento feminino e a potência da cura entre mulheres racializadas.
Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA



