Millennials e o câncer: por que a geração que prometia viver até os 100 anos está adoecendo mais cedo
Dia Nacional de Combate ao Câncer destaca o aumento dos diagnósticos em adultos jovens e a urgência de novas estratégias de prevenção
No Dia Nacional de Combate ao Câncer, celebrado em 27 de novembro, um alerta importante surge para os millennials, geração nascida entre 1981 e 1996: o câncer está atingindo essa faixa etária com maior frequência e precocidade do que em gerações anteriores. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da American Cancer Society (ACS) indicam que, entre 1990 e 2019, os casos de câncer em pessoas com menos de 50 anos aumentaram cerca de 79% globalmente, enquanto a mortalidade nessa faixa etária cresceu 28%.
Especialistas da Oncoclínicas destacam que essa mudança no perfil epidemiológico exige uma atualização urgente nas estratégias de prevenção, diagnóstico e cuidado. Historicamente, o câncer era associado ao envelhecimento, mas hoje é cada vez mais comum em adultos jovens, com impactos clínicos, sociais e emocionais profundos.
Vários fatores ambientais e comportamentais contribuem para esse cenário multifatorial. Entre eles, estão a má alimentação com alto consumo de ultraprocessados, obesidade que muitas vezes começa na infância, sedentarismo, consumo intenso de álcool, privação crônica de sono, exposição a poluentes e alterações na microbiota intestinal. O câncer colorretal, por exemplo, tem crescido significativamente entre jovens, associado a dieta inadequada, obesidade e inflamação intestinal.
Além disso, cânceres relacionados a infecções virais, como o HPV, ligado ao câncer de colo do útero e da cavidade oral, reforçam a importância da vacinação, que ainda é subutilizada em muitas regiões.
Nos consultórios, oncologistas observam que pacientes na faixa dos 30 e 40 anos chegam com tumores que antes eram diagnosticados quase exclusivamente após os 60 anos. O câncer de mama em mulheres jovens é um exemplo preocupante, pois atinge mulheres em plena fase produtiva da vida, afetando planos pessoais e profissionais. A combinação de fatores como mudanças no estilo de vida, maior exposição hormonal, obesidade, sedentarismo e avanços no diagnóstico contribuem para esse aumento.
O tratamento para essa faixa etária apresenta desafios específicos, como preservação da fertilidade, afastamento do trabalho, cuidados familiares e impactos emocionais e financeiros. Além disso, a autoestima e a identidade, muitas vezes ligadas à produtividade e imagem corporal, são profundamente afetadas.
Especialistas defendem a revisão dos protocolos de rastreamento, especialmente para câncer colorretal, ampliação da vacinação contra HPV, políticas públicas para combate à obesidade e promoção de hábitos saudáveis desde a infância. Também alertam para a importância de atenção às queixas gastrointestinais persistentes em jovens.
“O câncer em adultos jovens não pode mais ser tratado como exceção. É uma realidade em ascensão. Precisamos falar sobre isso e agir”, destaca Cristiano Resende, oncologista da Oncoclínicas.
Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa da Oncoclínicas, reforçando a necessidade de conscientização e ação para proteger a saúde da geração millennial.
Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA



