Diagnóstico tardio da hanseníase no Paraná preocupa especialistas em congresso internacional

Congresso em Foz do Iguaçu reúne Brasil, Paraguai e Argentina para debater estratégias contra a hanseníase na Tríplice Fronteira

A identificação tardia da hanseníase no Paraná tem despertado preocupação entre especialistas durante o maior congresso de hanseníase das Américas, que acontece de 26 a 28 de novembro em Foz do Iguaçu (PR). Apesar do estado apresentar uma das menores taxas de detecção da doença no país, especialistas alertam que o número reduzido de diagnósticos não reflete necessariamente uma menor prevalência da hanseníase.

Segundo dados apresentados, o Paraná registra 3,99 casos a cada 100 mil habitantes, posicionando-se entre os estados com menor incidência. No entanto, o que chama atenção é o elevado percentual de pacientes que chegam ao sistema de saúde com sequelas já irreversíveis, o que indica falhas na detecção precoce da doença. O presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH), Marco Andrey Cipriani Frade, destaca que “o elevado percentual de pacientes com sequelas já irreversíveis evidencia falhas importantes na detecção precoce da hanseníase, quando é possível prevenir deficiências físicas, e alerta para uma endemia oculta da doença”.

O atraso no diagnóstico não só aumenta o risco de sequelas permanentes, como também prolonga o período em que o paciente pode transmitir o bacilo causador da hanseníase. A combinação de baixa taxa de detecção com alto índice de deficiências físicas sugere um subdiagnóstico relevante, agravado pela dificuldade dos serviços de saúde em reconhecer os sinais iniciais da doença.

O professor Josafá Gonçalves Barreto, especialista em georreferenciamento em hanseníase, reforça que 13% dos novos pacientes no Paraná chegam com incapacidades grau 2, quando as deficiências já são visíveis e irreversíveis. Esse índice coloca o estado como o nono do Brasil com maior proporção de diagnósticos tardios. Barreto destaca que “quando um estado aparece entre os últimos em número de casos novos notificados, mas entre os primeiros em diagnósticos tardios, isso mostra um desafio estrutural. Precisamos encontrar esses pacientes mais rápido, antes que desenvolvam sequelas”.

Embora a hanseníase seja historicamente mais prevalente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, sua presença no Sul do país exige vigilância ativa, capacitação das equipes de saúde e atenção contínua, especialmente na região da Tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.

Durante o congresso, representantes dos ministérios da Saúde dos três países participarão de debates para alinhar estratégias de identificação, protocolos de tratamento e ações integradas de saúde pública. O presidente da SBH ressalta que “a relação próxima entre os três países na fronteira em Foz do Iguaçu exige medidas integradas de saúde pública com a finalidade de afinar as estratégias de identificação da doença, alinhar os protocolos de tratamento e promover o conhecimento”.

O Brasil é referência mundial em hansenologia e, além de sediar o congresso, seus especialistas seguem para a China para participar de um fórum internacional, reforçando o compromisso com o combate à hanseníase.

Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa da Sociedade Brasileira de Hansenologia.
Para mais informações, acompanhe a programação do 19º Congresso Brasileiro de Hansenologia, que acontece até 28 de novembro em Foz do Iguaçu.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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