Como o TDAH afeta a percepção do tempo e impacta o dia a dia

A percepção do tempo é algo tão natural que raramente paramos para refletir sobre ela — até que algo falha. Para pessoas com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), essa falha é constante e afeta diretamente o cotidiano. Dados da assessoria de imprensa trazem a visão do neurocientista Fabiano de Abreu Agrela, pós-PhD em Neurociências, que explica como o TDAH distorce o sentido do tempo e gera dificuldades práticas.

Segundo Fabiano, o TDAH está ligado a uma “ansiedade ancestral”, que influencia nossos circuitos de atenção, construídos para detectar ameaças e oportunidades em frações de segundo. “Quando esse senso temporal é deturpado, o comportamento se desorganiza”, afirma. A neurociência mostra que a percepção do tempo envolve várias áreas do cérebro, como o córtex pré-frontal, os gânglios da base, o cerebelo e as redes dopaminérgicas, que trabalham em conjunto para regular o ritmo interno e a urgência das ações.

No TDAH, essa coordenação falha. Pesquisas indicam três principais alterações: a superestimação de intervalos curtos e subestimação dos longos, o déficit na regulação dopaminérgica que prejudica a previsão do momento certo para agir, e falhas no acoplamento entre intenção e execução, o que faz com que o cérebro não fixe adequadamente quando e onde algo deve ser feito. Isso resulta em atrasos, esquecimentos e dificuldade em manter o foco.

Fabiano destaca que o cérebro funciona como um sistema que interpreta espaço e tempo para gerar comportamento. Quando essa leitura se desregula, o tempo deixa de ser uma linha contínua e vira uma sucessão desconexa de momentos. Essa visão evolutiva sugere que o TDAH pode ser um resquício de um mecanismo antigo, que priorizava respostas rápidas ao ambiente, em detrimento do planejamento a longo prazo.

Na prática, essa distorção temporal causa atrasos frequentes, sensação de que o dia “desaparece”, dificuldade em cumprir prazos e impulsividade. O comportamento não é fruto de irresponsabilidade, mas de um mecanismo interno que não se alinha ao ritmo do mundo externo.

Estudos de neuroimagem reforçam que pessoas com TDAH apresentam menor coerência funcional entre as áreas cerebrais responsáveis pela percepção do tempo, o que explica muitos dos sintomas observados. Compreender essa dinâmica é fundamental para promover empatia e buscar estratégias que ajudem a lidar com os desafios do TDAH no dia a dia.

Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa, trazendo uma análise científica e acessível sobre como o TDAH interfere na percepção temporal e impacta a vida das pessoas.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA