Como evitar compras por impulso na Black Friday: estratégias para o consumo consciente

Entenda os gatilhos do marketing que influenciam decisões e aprenda a proteger seu cérebro das armadilhas das promoções

Com a chegada da Black Friday, o bombardeio de ofertas promete descontos imperdíveis, mas muitas vezes esconde armadilhas psicológicas desenhadas para estimular o consumo impulsivo. Para ajudar os consumidores a navegarem por este período sem comprometer o orçamento, é fundamental entender como o cérebro reage às promoções e como retomar o controle da decisão de compra.

O marketing utiliza mecanismos sofisticados para contornar a racionalidade do consumidor. O mais comum é o gatilho da urgência, que cria a sensação de que é necessário adquirir o produto imediatamente antes que a promoção acabe. Outros gatilhos frequentes são o de exclusividade, com mensagens como “somente para você”, e o senso de pertencimento e comunidade, que convida o consumidor a “fazer parte” de um grupo seleto que aproveitou a oferta.

Muitas pessoas acabam comprando itens sem necessidade real porque o cérebro interpreta a promoção como uma vitória. Nosso cérebro entende que seremos recompensados ao aproveitar uma oferta imperdível. O primeiro instinto é comprar para “ganhar” aquela oportunidade. A análise racional sobre a utilidade do item, muitas vezes, só ocorre depois que a compra já foi feita.

Para identificar se uma compra está sendo guiada pela emoção, é importante fazer as seguintes perguntas antes de passar o cartão: Esse item já estava na minha lista de desejos? Ele tem utilidade real para mim? Se não fosse essa “oferta imperdível”, eu ainda gostaria de realizar essa compra?

Além da autoanálise, medidas práticas podem ajudar a evitar o impulso, começando pelo estado físico e emocional do consumidor. Evite ir com fome ou muito cansado ao supermercado ou ao shopping. Essas necessidades fisiológicas interferem na nossa capacidade de decisão, tornando mais fácil agir por impulso.

Dicas práticas para uma Black Friday consciente:
– Crie barreiras: Não deixe cartões de crédito cadastrados automaticamente em aplicativos de compras. O tempo gasto para digitar os dados pode ser suficiente para repensar a necessidade;
– Planejamento: Faça listas de necessidades reais antes de começar a navegar pelas ofertas;
– Detox digital: Saia de listas de transmissão de lojas e desinstale aplicativos ou desative notificações que enviam alertas constantes de promoções.

É importante se conhecer e entender como as propagandas funcionam. Adaptar o comportamento e o ambiente digital ajuda a não “entrar” nessas situações de vulnerabilidade e a fazer escolhas mais conscientes durante a Black Friday.

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Por Gabriela Inthurn

Professora do curso de Psicologia e coordenadora do curso de Psicologia na UNIASSELVI

Artigo de opinião

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