Como a Integração entre IA, Open Finance e Pix Está Transformando os Pagamentos no Brasil

A convergência de tecnologias impulsiona uma nova era de pagamentos digitais, redefinindo a experiência financeira para consumidores e empresas.

A adoção acelerada do sistema de pagamentos instantâneos Pix e a expansão do framework Open Finance, impulsionados pelas iniciativas de inteligência artificial (IA), estão redesenhando a infraestrutura financeira brasileira. Em 2024, o Pix movimentou R$ 26,455 trilhões e registrou 63,51 bilhões de operações, crescimento de 54% e 52,4% ante 2023, respectivamente, segundo dados do Banco Central. No setor financeiro, 33% das empresas já haviam adotado IA e 17% utilizavam IA generativa em processos, com expectativa de atingir 84% e 59% nos próximos três anos, de acordo com relatório da KPMG.

Conforme afirma o consultor Luis Molla Veloso, especialista em Embedded Finance e integração de serviços financeiros em jornadas digitais, “com IA, Open Finance e Pix integrados, conseguimos antecipar comportamentos financeiros, automatizar cobranças e personalizar produtos em tempo real. O usuário participa de decisões sem perceber, com segurança e conveniência”.

Na prática, o Pix já se consolidou no Brasil como o meio de pagamento mais utilizado em número de transações, superando, em 2024, os volumes combinados de cartão de crédito, débito, boleto, TED, pré-pago e cheques, segundo levantamento da Febraban. O Open Finance também avança: o país já conta com centenas de instituições participantes e milhões de autorizações de compartilhamento de dados, abrangendo contas, investimentos e seguros. A IA traz o suporte analítico que possibilita converter dados abertos e transações instantâneas em ofertas dinâmicas, risco ajustado e detecção de fraudes em tempo real.

Para Veloso, o desafio central está na governança e na educação digital. “A tecnologia está pronta, mas precisamos garantir transparência, responsabilidade e uso ético dos dados. Empresas e consumidores precisam entender o valor dessa integração, que deve facilitar a vida financeira, e não complexificá-la.” Ele enfatiza que a adoção não depende apenas de instalação de sistemas, mas de compreensão do ecossistema como um todo.

Para instituições financeiras e empresas que desejam acompanhar essa nova fase, algumas frentes se destacam:

– Mapear os dados que já podem ser compartilhados via Open Finance e avaliar modelos de IA que os utilizem para gerar valor operacional.
– Implementar fluxos de pagamento instantâneo como o Pix que operem em tempo real e estejam integrados aos serviços digitais da empresa.
– Desenvolver governança de dados e modelos de IA explicáveis, capazes de reforçar a confiança do cliente e cumprir requisitos regulatórios.
– Investir em capacitação interna e educação dos clientes sobre consentimento, privacidade e utilização dos novos serviços.

O que se desenha é uma transição de paradigma: o pagamento deixa de ser apenas o fim de um processo de compra e passa a ser parte integrante do ecossistema de relacionamento entre marcas e pessoas. Na nova camada da economia digital, IA, Open Finance e Pix se entrelaçam para redefinir como se movimenta o dinheiro, como se avalia crédito e como se entregam serviços financeiros.

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Por Luis Molla Veloso

Especialista em Embedded Finance, atua na integração de serviços financeiros diretamente em jornadas digitais, conectando tecnologia, produto e estratégia para transformar a forma como empresas oferecem crédito, pagamentos, seguros e soluções de banking as a service; experiência em desenvolvimento de plataformas e APIs financeiras, foco em escalabilidade, conformidade regulatória e experiência fluida.

Artigo de opinião

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