Agorafobia: transtorno pouco falado que impacta a vida adulta e exige atenção

Especialistas alertam para o crescimento da agorafobia após a pandemia e destacam a importância do diagnóstico precoce e tratamento integrado

A agorafobia é um transtorno pouco discutido, mas que pode trazer sérias limitações à autonomia e à rotina de quem sofre com ele. Dados da assessoria de imprensa do CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”) apontam um crescimento expressivo dos casos no Brasil, especialmente após o impacto emocional da pandemia de Covid-19.

Caracterizada pelo medo intenso de estar em locais ou situações onde a fuga pareça difícil, a agorafobia muitas vezes passa despercebida, pois os sintomas iniciais podem ser sutis. A neuropsicóloga Aline Reichert, do CAISM, explica que muitos pacientes acreditam estar apenas se preservando ao evitar situações desconfortáveis. Porém, quando esse medo impede atividades básicas, como ir ao trabalho ou usar transporte público, o transtorno se torna grave.

Os sinais podem incluir recusar compromissos, evitar locais movimentados e sentir desconforto ao imaginar sair de casa. Segundo Reichert, “quando a intensidade é grande, dura vários dias e interfere na rotina, é importante buscar ajuda psicológica”. Ela destaca que durante a pandemia, o hábito de ficar em casa como forma de segurança se consolidou para muitas pessoas, reforçando padrões de evitação.

O psiquiatra Dr. Rodrigo Lancelote, diretor do CAISM, esclarece que a agorafobia está classificada entre os transtornos fóbico-ansiosos, que envolvem ansiedade desencadeada por situações que não representam perigo real. Os sintomas físicos comuns incluem palpitações, sudorese, tremores, falta de ar e sensação de desmaio, acompanhados de medos catastróficos como o receio de morrer ou perder o controle.

Além disso, a agorafobia frequentemente ocorre associada ao transtorno do pânico, caracterizado por crises abruptas de ansiedade. Ela também pode coexistir com outras fobias, como a social ou específica, e até mesmo surgir dentro de quadros de depressão e ansiedade generalizada. Por isso, o diagnóstico deve avaliar a evolução dos sintomas e seu impacto funcional para orientar o tratamento adequado.

O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento. Pequenas mudanças de comportamento, como evitar filas ou adiar compromissos, já são sinais de alerta. “Quanto antes tratarmos, mais rápido o cérebro reaprende padrões seguros”, afirma a neuropsicóloga. O tratamento recomendado envolve psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental, técnicas de respiração e regulação emocional, além do acompanhamento psiquiátrico quando necessário. Antidepressivos podem ser usados para controlar crises e sintomas ansiosos.

Especialistas reforçam que o estigma ainda impede muitas pessoas de buscar ajuda. “Muitos acreditam que deveriam ‘dar conta sozinhos’. Isso atrasa o diagnóstico e perpetua o sofrimento”, destaca Aline Reichert. Para o Dr. Lancelote, falar sobre a agorafobia é essencial para garantir autonomia e qualidade de vida. “Trata-se de um transtorno tratável, mas que só melhora quando passa a ser reconhecido.”

Este conteúdo foi elaborado com base em informações fornecidas pela assessoria de imprensa do CEJAM, referência em saúde mental e apoio ao SUS. Reconhecer os sintomas e buscar ajuda são passos decisivos para superar a agorafobia e recuperar o bem-estar.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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