ONG de Pirituba promove representatividade negra e autoestima na periferia de São Paulo

Programa AfroPAC oferece oficinas culturais e balé adaptado para fortalecer identidade e combater o racismo

Dados do Censo 2022 do IBGE revelam que 55,4% da população brasileira se declara negra, mas a realidade nas periferias ainda é marcada por desafios como baixa autoestima, dúvidas sobre identidade racial e episódios de discriminação, especialmente entre crianças e adolescentes. Em Pirituba, zona noroeste de São Paulo, a ONG Projeto Amigos da Comunidade (PAC) tem atuado há 22 anos para mudar esse cenário por meio do programa AfroPAC, que já impactou mais de 1.877 pessoas com oficinas de letramento racial, ancestralidade e representatividade.

O AfroPAC promove ações integradas em suas unidades, como o Centro de Convivência e Aprendizagem (CCA), o Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (SAICA) e o Serviço de Atendimento Sócio Familiar (SASF). Entre as iniciativas, destaca-se o Balé Ayó, que utiliza o ballet clássico como ferramenta de afirmação estética e empoderamento para jovens negros. O projeto respeita a diversidade dos corpos e cabelos, permitindo que as bailarinas usem seus cabelos crespos e afros soltos, além de sapatilhas e meias no tom da pele, promovendo identificação e pertencimento.

A professora Alcione Brasilio, responsável pelo Balé Ayó, comenta: “Muitas meninas negras achavam que o balé não era para elas, seja pela cor das sapatilhas e meias ‘padrão’ ou pela dificuldade de prender o cabelo no coque tradicional. No Balé Ayó, elas dançam com seus cabelos afro soltos e usam sapatilhas da cor da sua pele, para que saibam que este espaço é delas.”

Além do balé, o AfroPAC oferece o Projeto de Identidade Racial, que inclui palestras, autorretratos e rodas de conversa para fortalecer a autoestima e combater estigmas raciais. Oficinas de tranças afro, estamparia e produção de brincos étnicos também geram oportunidades de renda para mulheres da comunidade, valorizando saberes ancestrais. A Afroteca, espaço com livros de autores negros, amplia o acesso à cultura afro-brasileira e africana desde a infância.

Histórias como a de Samira, 15 anos, ilustram o impacto do programa. Ela cresceu sem saber como se reconhecer racialmente, mas encontrou no Balé Ayó e nas atividades do AfroPAC um caminho para afirmar sua identidade negra com orgulho, inspirando até sua mãe a se reconhecer. Outro exemplo é Luiz Otávio, 10 anos, que superou dúvidas sobre sua identidade racial com o apoio do programa e hoje se orgulha de sua cor.

Para Ágatha Minas, coordenadora do AfroPAC, “conseguimos resgatar a ancestralidade negra, empoderar e trabalhar o letramento racial para que crianças, jovens e adultos se percebam protagonistas, fortalecendo sua identidade e abrindo oportunidades para enfrentar o preconceito e transformar suas realidades.”

O PAC, com mais de 100 funcionários e cerca de 7.000 voluntários, conta com o apoio de diversas empresas e atua para promover justiça social e racial em Pirituba e Jaraguá, reafirmando o compromisso com a valorização da cultura negra e o empoderamento da população periférica.

Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa do Projeto Amigos da Comunidade (PAC).

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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