Natal e a magia dos livros: 6 sugestões para incentivar a leitura infantil

A última edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil mostra que o contato com livros na infância é decisivo para formar futuros leitores. Histórias apresentadas de forma prazerosa fortalecem a imaginação, a linguagem, a atenção e o vínculo entre adultos e pequenos.

Presentear com livros é muito mais do que um gesto simbólico: é plantar curiosidade, ampliar repertórios e criar memórias que acompanham a vida inteira. Um presente simples, mas cheio de significado — e que pode fazer toda a diferença no futuro de quem lê.

A mais recente edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada em 2025 pelo Instituto Pró-Livro, revela que apenas 47% dos brasileiros se consideram leitores. Ou seja, leram ao menos um livro nos três meses anteriores à pesquisa. Entre crianças, o estudo mostra que o contato com livros desde cedo é decisivo para a formação de leitores no futuro, já que o gosto pela leitura tende a se desenvolver quando apresentado na infância de forma prazerosa e afetiva. Esses dados reforçam a importância de oferecer histórias que estimulem imaginação, linguagem, atenção e vínculo entre adultos e pequenos.

Neste Natal, presentear crianças com livros é uma maneira de cultivar esse hábito desde cedo e de transformar a leitura em uma experiência alegre e significativa. Obras infantis têm o poder de despertar curiosidade, ampliar repertórios e criar memórias compartilhadas: um presente que acompanha o crescimento e deixa marcas muito além das festas.

Confira seis sugestões de livros para presentes:

1. A fantástica aventura de Ferdinando: e quem eu lá conheci, de Leonardo Meneg
Ferdinando é um menino que desaprendeu a sonhar. Motivado pela mãe, sai em busca das sementes dos sonhos que se encontram em cima de uma montanha. Conhece diferentes pessoas e criaturas e entende que tem uma missão a desempenhar antes de chegar ao topo: ajudar a encontrar o novo rei. Nessa caminhada em direção ao sentido da vida, o garoto passa pela euforia, pelo riso, pelo medo e pela tristeza e, brincando com o espaço e com o tempo, cresce conforme crescem a linguagem e a sua experiência. O jogo de palavras se mistura à aventura e a excentricidade dos habitantes da montanha se traduz nas trocas de prosa por poesia e na própria perspectiva do narrador, que, num dado momento, torna-se personagem.

2. Estrela-Lobo, de Flávia Reis
Uma estrela, em noites de Lua cheia, desce para a Terra e vira lobo. Até que, um dia, em noite de Lua crescente, sai de mansinho para não mais voltar. As outras estrelas, preocupadas, resolvem fazer uma reunião e duas constelações descem para a Terra à sua procura. Em meio à natureza, encontram também fogo e destruição, e a Estrela-Lobo precisará lembrar-se de quem é para ajudar a cuidar do lugar que tanto ama.

3. Peixuxa (o amiguinho dos peixes), de Raul Seixas
Lá no fundo do mar, bem onde os sonhos dormem em conchas, vive Peixuxa. De terno e gravata, com um charuto no bico, ele passeia entre cardumes e conversa com enguias — um ser esquisito, simpático e cheio de opinião. Peixuxa não nada com a maré. Ele pensa diferente. Fala das coisas do mundo, dos homens apressados, e mostra que no fundo do mar… também mora a liberdade. Inspirada na canção de Raul Seixas, esta história mergulha fundo na imaginação, onde o estranho é bonito, o absurdo é poesia — e até um peixe com sapato pode ser seu melhor amigo. Uma fábula submarina para quem gosta de rir, pensar… e sonhar debaixo d’água.

4. Floresta Amazônica – Operação salvamento, de João Alberto Ferreira
Quando os personagens do mundo das histórias infantis recebem um pedido de socorro vindo da Floresta Amazônica, não há tempo a perder. A floresta está em perigo — queimadas, desmatamento, poluição e até chuva ácida ameaçam destruir esse tesouro natural. Saci e dois jovens indígenas embarcam em uma missão urgente para entender o que está acontecendo e tentar conter os estragos. Mas a verdadeira solução não está na magia — ela depende de cada um de nós. Com esperança e um chamado à ação, a história mostra, de forma lúdica e consciente, que proteger a floresta é tarefa de todos, inclusive das crianças.

5. Carimbador Maluco, de Raul Seixas
Você já ouviu falar do Carimbador Maluco? Ele vive num planeta onde tudo precisa de carimbo: o brinquedo, o passeio, o sonho e até o pensamento! Mas um menino apareceu por lá sem nada — só com vontade de brincar, correr e ser livre. E agora? Vai ter carimbo ou confusão? Inspirada na música de Raul Seixas, esta história maluca e divertida fala sobre liberdade, coragem e o direito de dizer: “Eu não preciso de carimbo pra ser quem eu sou!” Uma viagem cósmica entre regras e imaginação, para ler cantando, sonhando e sorrindo!

6. Anjo, Nunca!, de Flávia Reis
Em tempos de muita pressa, fica a pergunta: por que o mundo não corre um pouco mais devagar para que todos possam acompanhá-lo? Depois de uma confusão na escola, a personagem deste livro nos conta como é tentar se adaptar a um mundo que parece não ser feito para ela. Seu desabafo traz a força de quem busca ser alguém a seu tempo e do seu jeito.