Gordura no fígado: a epidemia silenciosa que ameaça milhões e pode levar a cirrose e câncer

A esteatose hepática cresce sem sintomas e representa um grave risco à saúde metabólica e cardiovascular da população brasileira

A esteatose hepática, conhecida popularmente como “gordura no fígado”, tornou-se um dos maiores problemas de saúde da atualidade. Estudos recentes estimam que 1 em cada 3 adultos já apresenta algum grau da doença — e o mais alarmante: a maioria não sabe.

Mesmo sem sintomas, a condição pode evoluir para esteato-hepatite (NASH), fibrose, cirrose e até câncer de fígado, segundo o médico especialista em Medicina Integrativa e Funcional, Dr. Adriano Faustino. “A gordura no fígado se tornou o novo ‘diabetes silencioso’ do mundo moderno. Ela avança sem dor, sem sintomas e, quando o diagnóstico chega, muitos pacientes já estão no caminho da cirrose”, explica o especialista.

A gravidade do cenário preocupa pesquisadores internacionais. Um estudo publicado em Hepatology (Younossi et al., 2016) aponta que a esteatose hepática está entre as doenças que mais crescem no mundo, impulsionada pelo estilo de vida moderno — excesso de carboidratos refinados, sedentarismo, estresse, consumo de álcool e noites mal-dormidas.

Da gordura à cirrose: a evolução silenciosa que ameaça o fígado
A condição progride, geralmente, de forma previsível:
– Esteatose simples: acúmulo inicial de gordura.
– Esteato-hepatite (NASH): inflamação e dano celular.
– Fibrose: cicatrização progressiva.
– Cirrose: perda da função hepática — muitas vezes irreversível.
– Hepatocarcinoma: câncer de fígado, uma das complicações mais assustadoras.

Pesquisa publicada no New England Journal of Medicine revela que a esteatose avançada já é uma das principais causas de câncer de fígado — mesmo em pessoas que nunca consumiram álcool regularmente.

“O mais chocante é que o fígado não dói. O paciente acredita que está tudo bem, mas a doença progride em silêncio. Muitas vezes, o diagnóstico só vem quando já existe fibrose avançada”, afirma Dr. Adriano Faustino.

Impacto para além do fígado: risco de infarto, diabetes e AVC
A esteatose não é apenas uma doença do fígado — é um marcador de desequilíbrio metabólico sistêmico. Segundo estudos publicados em Diabetes Care (Targher et al., 2010), pacientes com gordura no fígado têm:
– maior risco de diabetes tipo 2,
– aumento significativo do risco de infarto e AVC,
– alterações hormonais importantes,
– maior mortalidade cardiovascular.

“Quando vemos gordura no fígado, estamos olhando para o primeiro sinal de que o metabolismo inteiro está falhando. É um alerta precoce que pode salvar vidas”, reforça o médico.

Boa notícia: é possível reverter — e mais rápido do que a população imagina
Apesar da gravidade, o especialista traz esperança:
“O fígado é o único órgão com alta capacidade de regeneração. Quando tratamos a causa raiz — inflamação, resistência à insulina, excesso de açúcar, disbiose intestinal — vemos melhoras importantes em poucas semanas.”

Medidas como alimentação anti-inflamatória, atividade física, sono adequado e modulação metabólica individualizada fazem parte do protocolo clínico utilizado pelo Dr. Adriano Faustino.

Por que falar desse assunto é urgente?
– Alta prevalência: milhões de brasileiros afetados.
– Baixa percepção: população acredita ser uma condição “simples”.
– Alto impacto: risco de cirrose, câncer e doenças cardiovasculares.
– Prevenível e tratável: uma pauta que educa e salva vidas.
– Conexão com alimentação, estilo de vida, economia e saúde pública.

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Por Dr. Adriano Faustino

Médico graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Especialista em Geriatria, Nutrologia (ABRAN), Medicina Funcional, Fisiologia Hormonal e Oncologia Integrativa; Título de Especialista em Medicina Legal e Perícias Médicas; Médico legista no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte; Coordenador do Ambulatório de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital Regional de Betim/MG; Professor universitário nas áreas de Medicina Legal, Anatomia Médica, Primeiros Socorros e Legislação Médica; Professor de Pós-Graduação na Fundação Unimed e no Mestrado em Saúde da Faculdade de Direito Milton Campos (MG); Diretor da Sociedade Brasileira de Medicina da Longevidade (SBML) e da Sociedade Brasileira de Medicina da Obesidade (SBEMO); Idealizador do Programa Saúde Máxima e do Protocolo de Medicina Investigativa; Desenvolvedor do Protocolo C.A.U.S.A. – Câncer, Autocuidado, Unidade, Saúde e Ação; Autor do livro Cientificamente Divino – Princípios bíblicos e científicos para uma saúde máxima.

Artigo de opinião

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