Eventos impulsionam a economia da experiência e transformam o mercado brasileiro
Como a convergência entre tecnologia, dados e sustentabilidade está revolucionando o setor de eventos e gerando impacto econômico e social no Brasil
O mercado global de eventos está em franca expansão e deve movimentar US$ 2,5 trilhões até 2035, com crescimento médio anual de 6,8%, segundo a Allied Market Research (2024). No Brasil, o setor já representa cerca de 13% do PIB de serviços, reunindo mais de 330 mil empresas e gerando aproximadamente 7,5 milhões de empregos diretos e indiretos. Esse impacto econômico posiciona os eventos como um dos principais motores da chamada “economia da experiência”, que integra turismo, hotelaria, alimentação, transporte e comunicação em torno de vivências ao vivo.
A força desse mercado está na convergência entre tecnologia e relacionamento. Eventos são a principal plataforma de contato humano e de coleta de dados para as marcas. Cada experiência gera métricas valiosas sobre comportamento, engajamento e consumo, e a tecnologia passou a ser o eixo que organiza e distribui valor nessa cadeia.
O crescimento global do setor acompanha uma mudança de mentalidade nas empresas, que passaram a enxergar os eventos não apenas como ações de visibilidade, mas como ativos estratégicos de negócios. O investimento corporativo em eventos híbridos e presenciais aumentou 42% entre 2022 e 2024, refletindo a busca por conexões reais em um contexto cada vez mais digital.
Nesse cenário, o Brasil destaca-se como um dos maiores mercados da América Latina. O turismo de negócios e eventos representa 23% da ocupação hoteleira nacional e responde por uma fatia crescente das viagens internacionais. Além disso, movimenta indústrias associadas como transporte aéreo, alimentação, audiovisual e publicidade, consolidando um ecossistema que soma mais de R$ 300 bilhões anuais.
A digitalização da cadeia de fornecedores, antes um dos maiores gargalos operacionais, tornou-se prioridade. A automação financeira, por exemplo, elimina burocracias e devolve tempo para que as pessoas possam focar na criação de experiências significativas. Modelos baseados em eficiência operacional e inclusão produtiva demonstram como a tecnologia pode acelerar a democratização das oportunidades no setor, garantindo que fornecedores de menor porte tenham acesso a um mercado que movimenta trilhões.
Para os próximos anos, especialistas apontam que a integração entre dados, inteligência artificial e sustentabilidade será o tripé da nova economia da experiência. O futuro dos eventos será cada vez mais conectado, eficiente e humano, impulsionando não apenas o crescimento econômico, mas também a inovação e a inclusão social.
Por Camila Florentino
CEO e fundadora da Celebrar, marketplace B2B para eventos corporativos; formada em Lazer e Turismo; MBA em Gestão de Negócios pela Universidade de São Paulo (USP); reconhecida como liderança inovadora no setor; autora de estudo acadêmico premiado sobre tecnologia aplicada a eventos; vice-presidente da Associação Brasileira de Startups (Abstartups)
Artigo de opinião



