Como Reconstruir o Desejo e a Vida Afetiva Após a Perda de um Amor

O luto é uma experiência profunda que transforma todas as dimensões da vida, inclusive a sexualidade. Para muitas mulheres, retomar a vida afetiva após a perda de um parceiro é um processo delicado, cheio de dúvidas, sentimentos contraditórios e a necessidade de ressignificar o desejo. Com base em dados fornecidos por assessoria de imprensa, trazemos reflexões importantes sobre como reconstruir o desejo e a intimidade após o luto.

A sexóloga Bárbara Bastos explica que o luto provoca um estado de recolhimento, no qual o corpo e a alma se retraem para lidar com a dor. “O desejo diminui porque ele precisa de vitalidade e abertura, exatamente o que o luto suspende por um tempo”, afirma. Esse momento de retração pode vir acompanhado de culpa, pois muitas pessoas sentem que desejar novamente seria uma forma de trair a memória do parceiro que se foi. No entanto, Bárbara ressalta que “reabrir-se para o prazer é um sinal de vitalidade, não de desrespeito”.

A participante do reality show “Casamento às Cegas”, Nívia Gälego, que viveu a experiência de ser viúva, compartilha sua trajetória de retomada. Ela destaca que o amor pelo marido não a impediu de seguir em frente, mas justamente o que viveram juntos a libertou para isso. “Eu percebi que precisava viver por mim e por ele. O amor que tivemos me libertou, não me prendeu à dor”, conta. Para Nívia, o tempo do luto não é o mesmo para todos, e a retomada vem quando a dor constante dá lugar a uma saudade mais serena e a curiosidade por novas conexões começa a surgir.

O processo de reconstrução da intimidade varia de pessoa para pessoa. Algumas sentem estranhamento ao corpo, outras reencontram um desejo intenso. “O desejo reflete o processo interno. Não existe certo ou errado. Existe sentir”, explica Bárbara. Ela alerta, porém, que o sexo não deve ser encarado como um tratamento do luto, mas sim como uma consequência natural da cura emocional.

Outro ponto importante é o medo da comparação entre o novo parceiro e o antigo, tanto emocional quanto fisicamente. A especialista destaca que “cada relação ocupa um lugar único. O novo não substitui ninguém; ele chega para viver outra história”. Nívia reforça essa ideia, afirmando que “viver algo novo não apaga o amor que já existiu. Só mostra que eu continuo viva”.

Além dos desafios internos, a opinião alheia pode ser um obstáculo. Amigos e familiares costumam impor prazos e expectativas, mas Bárbara é enfática: “Não existe tempo certo. A retomada da vida sexual é um gesto íntimo de cura. O olhar externo deve ser de respeito, não de cobrança.”

A experiência de Nívia em um reality também trouxe aprendizados sobre vulnerabilidade e autoconhecimento. Sem poder contar com a linguagem corporal, ela precisou confiar na conversa e redescobrir sua essência. Hoje, aos 58 anos, ela defende o direito das mulheres maduras ao prazer e ao autocuidado, destacando a importância de cuidar de si para voltar a desejar.

Por fim, Bárbara lembra que a reconstrução da intimidade começa muito antes de envolver outra pessoa. Atos de autocuidado, como banhos longos, toque consciente, movimento corporal e descanso, são fundamentais para reencontrar o próprio corpo e a sexualidade. “Antes de redescobrir o outro, é preciso reencontrar a si. Autocuidado é sexualidade”, conclui.

Nívia resume seu processo com uma frase que inspira: “Eu tenho o direito de estar viva. E viver é estar em movimento.” Essa mensagem reforça que, mesmo após a perda, é possível reconstruir a vida afetiva com respeito, amor próprio e coragem para se abrir ao novo.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA