Revisão Fiscal Estratégica: Como Recuperar Valores e Fortalecer o Caixa das Empresas

Ajustes tributários corretos podem transformar erros contábeis em lucro, garantindo saúde financeira sem aumentar vendas ou cortar custos

Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), 95% das empresas brasileiras pagam mais impostos do que deveriam, seja por falhas de apuração, enquadramento incorreto no regime tributário ou desconhecimento de benefícios legais. Corrigir esses erros fiscais, especialmente durante o fechamento de balanços, tem se mostrado uma das formas mais eficazes de recuperar lucros e evitar prejuízos.

A revisão fiscal é uma ferramenta de inteligência, e não uma medida emergencial. Muitos empresários se concentram em pagar imposto, mas não em pagar certo. Rever o que foi pago com profundidade técnica e visão estratégica é uma das decisões mais inteligentes que uma empresa pode tomar hoje.

Empresas enquadradas nos regimes de lucro real e presumido têm maior potencial de ganhos com auditorias tributárias. No lucro real, é possível recuperar créditos de PIS e Cofins, desde que os insumos atendam aos critérios de essencialidade e relevância definidos pelo Superior Tribunal de Justiça. Esses créditos, que podem incluir gastos com energia elétrica e fretes vinculados à produção ou à venda, muitas vezes ficam esquecidos por falta de conhecimento técnico.

Nos casos de lucro presumido, ajustes contábeis, exclusões de receitas não tributáveis e reclassificações adequadas também podem reduzir a carga fiscal. Em muitos balanços, inconsistências simples, quando corrigidas, representam milhares de reais devolvidos ao caixa.

A legislação brasileira permite revisar tributos pagos indevidamente nos últimos cinco anos, com possibilidade de restituição administrativa ou compensação de valores. A prática deve ser contínua. A saúde financeira de uma empresa depende de uma cultura fiscal sólida. Revisar o balanço é identificar oportunidades, corrigir falhas e gerar caixa sem precisar vender mais ou cortar custos.

Com a reforma tributária em andamento e a intensificação da fiscalização eletrônica da Receita Federal, a atenção aos detalhes fiscais ganhou ainda mais importância. O Fisco ampliou o uso de cruzamento automatizado de informações de notas fiscais, declarações e movimentações financeiras, além de enviar comunicados de autorregularização a empresas com divergências em PIS e Cofins. Erros que antes passavam despercebidos hoje podem gerar multas e bloqueios de compensação. Corrigir falhas a tempo é mais do que prudência, é sobrevivência.

Para adotar uma postura preventiva, recomenda-se quatro pilares: auditorias fiscais periódicas, revisando os últimos cinco anos de tributos pagos; automação e tecnologia contábil, com cruzamento eletrônico de dados; capacitação constante da equipe contábil para acompanhar mudanças legais; e integração entre setores, conectando a contabilidade à estratégia do negócio.

É fundamental que as empresas criem uma cultura fiscal estratégica, na qual o tributo seja tratado como elemento de gestão e não apenas obrigação. Existe uma diferença brutal entre pagar imposto e pagar certo.

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Por Maynara Fogaça

tributarista, especialista em gestão tributária, CEO da Visão Tributária e da Mais Tributário, fundadora do Visão Tax, formada em Direito com pós em Gestão Tributária, mentora e palestrante com mais de 23 anos de experiência e mais de R$200 milhões recuperados para empresas

Artigo de opinião

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