Manifesto por Justiça Reprodutiva reúne mais de 300 mulheres negras antes da Marcha em Brasília

Mobilização histórica destaca saúde, autonomia e reparação para mulheres negras no Brasil

Mais de 300 mulheres negras de todo o Brasil se uniram para lançar o Manifesto por Justiça Reprodutiva às vésperas da Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, que acontecerá no dia 25 de novembro em Brasília. A mobilização ocorre logo após o Dia da Consciência Negra, em um momento crucial para denunciar as violações estruturais que afetam os corpos e territórios das mulheres negras, agravadas por debates legislativos que ameaçam direitos conquistados, como o acesso ao aborto legal.

O Manifesto foi construído coletivamente por um grupo diverso de mulheres negras, com 250 contribuições recebidas em consulta pública, e consolida uma agenda política nacional que articula saúde reprodutiva, autonomia corporal, bem viver, memória e reparação. O documento destaca que a justiça reprodutiva depende de condições concretas de existência, como dignidade, saúde, renda, moradia, cuidado e proteção, e propõe recolocar essa pauta no centro do debate público.

Criado em outubro de 2025, o Comitê Impulsor Nacional Feminista e Antirracista por Justiça Reprodutiva reúne organizações como Criola, Nem Presa Nem Morta, CEPIA, Instituto Odara e outras, atuando para garantir que as demandas das mulheres negras orientem a construção da Marcha. O grupo foca na ampliação dos direitos sexuais e reprodutivos e na formulação de uma agenda positiva que reconhece a justiça reprodutiva como pilar fundamental no enfrentamento ao racismo e ao patriarcado.

O Manifesto aprofunda temas essenciais, como o racismo institucional na saúde, a violência e o racismo obstétrico, saúde mental, sexual e reprodutiva, dignidade menstrual, falta de infraestrutura sanitária, políticas de cuidado e maternidade, além da saúde ao longo da vida, da infância à menopausa. Propõe ainda a criação de fundos de reparação, memoriais, centros de referência e a inclusão da história das violações nos currículos de saúde, com participação decisória de mulheres negras cis e trans no SUS.

Casos emblemáticos, como os de Alyne Pimentel e Paloma Alves de Moura, são lembrados para evidenciar a persistência da violência reprodutiva e a urgência de respostas estruturais. Entre as propostas, destacam-se metas antirracistas no SUS, protocolos de responsabilização, educação sexual antirracista e laica, acesso universal a métodos contraceptivos e aborto legal e seguro, reconhecimento do cuidado como trabalho, fortalecimento do Sistema Nacional de Cuidados e ampliação de creches e licenças parentais.

No mesmo dia da Marcha, o Comitê participará de uma Sessão Solene na Câmara dos Deputados, com a presença de representantes do movimento de mulheres negras e autoridades governamentais, reforçando a importância política da mobilização.

A Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver é uma mobilização autônoma, coletiva e transnacional, que reúne mulheres negras de diferentes gerações e territórios, além de afrodescendentes de mais de 40 países. Em Brasília, o evento terá saída e retorno pelo Museu Nacional, com falas políticas e atrações artísticas, como Larissa Luz, Ebony e Danrlei Orrico, celebrando a força e a luta histórica das mulheres negras por justiça e igualdade.

Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa da Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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