Por que os muçulmanos não comemoram o Natal, mas respeitam a data cristã?
Entenda a visão islâmica sobre o Natal e a convivência harmoniosa entre religiões no Brasil
Com a chegada do Natal, muitas pessoas se perguntam qual é a relação dos muçulmanos com essa celebração tradicionalmente cristã. Para esclarecer essa dúvida, a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (FAMBRAS), por meio do Sheikh Ali Momade, líder religioso, explica que o Natal não faz parte das tradições islâmicas, mas que o respeito e a convivência harmoniosa entre religiões são valores fundamentais no Islam.
Segundo o Sheikh Ali Momade, o Islam reconhece Jesus como um dos profetas mais importantes enviados por Deus. Ele é citado diversas vezes no Alcorão, e sua mãe, Maria, tem um capítulo inteiro dedicado a ela. “Para nós, Jesus é um mensageiro honrado, um exemplo de espiritualidade e de caráter. O Islam o respeita profundamente”, afirma. No entanto, as práticas religiosas muçulmanas devem ter origem no Alcorão ou nos ensinamentos do Profeta Muhammad. Como a comemoração do Natal tem base exclusivamente cristã, ela não está contemplada nessas fontes, e por isso não é celebrada pelos muçulmanos.
Ainda assim, o Sheikh destaca que o Natal representa uma importante oportunidade social. “É uma oportunidade de poder imensurável para o reencontro de amigos e famílias que talvez nunca se encontrariam se não fosse pela ocasião do Natal. Por isso, os benefícios sociais advindos dessa comemoração são saudáveis, louváveis e cabíveis de todo o reconhecimento, pois, Deus ordena a união familiar.” Para ele, a família é a base para cultivar felicidade, força espiritual e material para enfrentar os desafios do dia a dia.
No contexto brasileiro, onde a cultura cristã está presente em nomes de cidades, ruas, instituições e símbolos históricos, o Natal faz parte do ambiente social em que os muçulmanos vivem. “Esses símbolos histórico-religiosos não interferem na sua religiosidade, e o Natal é parte desses símbolos”, explica o Sheikh. Ele reforça que a ausência da celebração não significa rejeição ou distanciamento das tradições cristãs. Pelo contrário, o Alcorão orienta o respeito e o bom convívio com os “Povos do Livro”, que incluem judeus e cristãos.
“O muçulmano pode expressar votos sinceros de paz, saúde e prosperidade aos seus amigos e familiares cristãos. O que evitamos é participar de rituais que afirmam crenças teológicas que não compartilhamos”, complementa. O Islam valoriza profundamente a convivência harmoniosa entre culturas e religiões, com princípios centrais como respeito mútuo, dignidade humana e liberdade de crença. “Vivemos em um país plural e isso é uma riqueza. O diálogo e a compreensão são caminhos para sociedades mais justas e fraternas.”
Por fim, Sheikh Ali Momade deixa uma mensagem de paz e harmonia para todas as pessoas, independentemente de sua fé: “Que cada família encontre serenidade, saúde e respeito mútuo. Que Deus abençoe a todos nós e fortaleça os laços de convivência, compaixão e solidariedade entre todas as pessoas.”
Este conteúdo foi elaborado com dados da assessoria de imprensa da FAMBRAS, trazendo informações que promovem o entendimento e o respeito entre diferentes tradições religiosas no Brasil.
Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA



