Movimento Tempo da Infância destaca o valor do brincar e pensar para o desenvolvimento infantil
Ciclo de conferências online reforça a importância da curiosidade, do corpo e da imaginação na infância
O Movimento Tempo da Infância, iniciativa da Bioma Educação, concluiu recentemente um ciclo de cinco conferências online que reuniu educadores, famílias e pesquisadores de todo o Brasil para discutir temas essenciais sobre a infância na era digital. O foco principal foi a valorização do pensar e do brincar como elementos fundamentais para o desenvolvimento das crianças, especialmente em um contexto marcado pela hiperconexão.
A última conferência, realizada em 12 de novembro, contou com a participação da psicanalista Ilana Katz, doutora em Educação pela USP. Em sua fala, Ilana ressaltou que “a curiosidade é o motor do pensamento” e que a infância é um período rico em perguntas, espantos e hipóteses que, por meio do brincar, estruturam a forma como a criança compreende o mundo. Ela destacou ainda que pensar não se limita ao cérebro, mas envolve o corpo inteiro, as experiências sensoriais, o cuidado e as relações afetivas.
Segundo Ilana Katz, “se realmente desejamos que as crianças pensem, precisamos criar condições para que isso aconteça: que elas nos interroguem, desconfiem, testem hipóteses, errem, tentem de novo — e errem de novo — até acertarem em lugares que nem imaginávamos.” Para a psicanalista, o ato de pensar produz dissenso e pode levar as crianças a discordar até mesmo dos adultos, o que é fundamental para o aprendizado e a compreensão do mundo.
Outro ponto importante abordado foi o papel do brincar como prática criadora e discursiva, capaz de ordenar e desordenar o mundo, ampliando as possibilidades imaginativas. Ilana alertou para o risco de certas práticas adultas, como proibições apressadas e moralizações rígidas, que podem inibir silenciosamente a capacidade inventiva das crianças.
A conferência também refletiu sobre os desafios da infância em um cenário de hiperconexão. A psicanalista observou que as redes sociais podem atuar de forma antissocial, reduzindo repertórios de prazer, interação e experiência sensorial. Por isso, é essencial promover o tempo compartilhado entre adultos e crianças em experiências corporais, afetivas e culturais que concorram com o tempo dedicado às telas.
Além da última conferência, o ciclo contou com debates sobre repertórios de brincadeiras, simbolismo, metáforas, impactos da hiperconexão e a importância do ECA Digital, com especialistas como Adriana Klisys, Adriana Friedmann, María Emilia López e Rodrigo Nejm.
Todos os encontros estão disponíveis no canal do Centro de Formação da Vila no YouTube, oferecendo um rico material para quem deseja aprofundar a compreensão sobre os direitos, as linguagens e o bem-estar das crianças na contemporaneidade.
Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa do Movimento Tempo da Infância.
Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA



