Cirurgias reparadoras gratuitas para vítimas de violência ganham projeto pioneiro no RS
Ministério Público e Hospital Moinhos de Vento unem forças para transformar vidas com atendimento humanizado
Uma parceria inédita entre o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) e o Hospital Moinhos de Vento está oferecendo cirurgias plásticas reparadoras gratuitas para vítimas de crimes violentos, com foco especial em mulheres que sofreram violência doméstica. A iniciativa, oficializada em 18 de novembro de 2025, já está em funcionamento e prevê a realização das primeiras cirurgias nos próximos dias, conforme dados da assessoria de imprensa.
O projeto, chamado REPARADOR, surgiu a partir de um grupo de trabalho entre o MPRS e o Instituto Moinhos Social, que identificou a necessidade de atender vítimas que, mesmo após o suporte jurídico e assistencial, permaneciam com marcas visíveis que dificultavam sua reconstrução pessoal. A ação une o conhecimento especializado do corpo clínico do Hospital Moinhos de Vento, que atuará de forma voluntária, e o fluxo de encaminhamento do Ministério Público, garantindo um atendimento qualificado, humanizado e gratuito.
Os encaminhamentos serão feitos exclusivamente pelo Núcleo de Promoção dos Direitos das Vítimas (NUVIT) do MPRS. Após triagem e análise documental, os casos são avaliados pelos médicos do hospital, que realizam exames, planejamento cirúrgico e acompanhamento integral da vítima. A vigência inicial do projeto é de dois anos, com possibilidade de expansão para outras regiões, consolidando um modelo que alia justiça, saúde e solidariedade.
A violência contra a mulher no Brasil é alarmante: segundo dados da Organização Mundial da Saúde, 32,4% das brasileiras já sofreram algum tipo de violência ao longo da vida, acima da média global de 27%. Uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou que 21,4 milhões de mulheres brasileiras foram vítimas de violência nos últimos 12 meses, representando 37,4% do total no país (março/2025). No Rio Grande do Sul, a Secretaria da Segurança Pública aponta que a cada 22 minutos uma mulher é agredida, evidenciando a urgência de ações como o REPARADOR.
O procurador-geral de Justiça do Estado, Alexandre Saltz, ressaltou a importância da iniciativa: “São poucas as vozes que defendem as vítimas de violência e temos a certeza que estamos dando um passo muito importante e queremos que esse trabalho seja exemplo para outros hospitais do estado e do Brasil”. Para Mohamed Parrini, CEO do Hospital Moinhos de Vento, “infelizmente, sabemos que a condenação do agressor não encerra esse ciclo. Agora, teremos a oportunidade de contribuir para elevar a autoestima dessas mulheres e transformar suas trajetórias”.
A superintendente de Estratégia e Mercado do hospital, Melina Schuch, destaca que o projeto reflete o compromisso da instituição com a inovação social e a construção de um futuro mais justo e humano. Já a coordenadora do Centro de Apoio Operacional Criminal e de Apoio às Vítimas (Caocrim), Alessandra Moura Bastian da Cunha, afirma que o REPARADOR “demonstra como as instituições podem se unir para transformar vidas, restaurando não apenas a integridade física, mas também a confiança e a possibilidade de recomeço dessas pessoas”.
Com início imediato, o programa já avalia casos e promete devolver dignidade, confiança e bem-estar a quem mais precisa, reafirmando o compromisso social e a responsabilidade das instituições envolvidas. Essa ação pioneira no Rio Grande do Sul representa um importante avanço na luta contra a violência e na promoção da saúde e autoestima das vítimas.
Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA



