Tratamento de Varizes: Impacto na Qualidade de Vida e na Autoestima
Procedimentos minimamente invasivos transformam o bem-estar físico e emocional dos pacientes
O tratamento das varizes vai muito além da questão estética e tem impacto direto na qualidade de vida e na autoestima de quem convive com o problema. Cuidar da saúde venosa é essencial para restaurar o conforto físico e o equilíbrio emocional. Pacientes que tratam as varizes relatam melhora significativa na disposição para as atividades diárias, no bem-estar e na autoconfiança. Retomar o prazer de caminhar sem dor, usar uma roupa curta ou praticar exercícios sem desconforto é um passo importante para o resgate da autoestima.
Dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) apontam que 47,6% da população adulta brasileira apresenta algum grau de insuficiência venosa crônica. A doença, que compromete o retorno do sangue das pernas ao coração, provoca sintomas como dor, peso, inchaço, câimbras e fadiga nos membros inferiores. Esses sintomas, quando persistem, afetam diretamente o humor, o sono e o rendimento no trabalho. É comum que o paciente adie o tratamento por considerar algo apenas estético, mas a insuficiência venosa é uma condição crônica e progressiva, que precisa ser acompanhada.
O avanço das técnicas minimamente invasivas, como o endolaser, mudou a forma como os pacientes encaram o tratamento. O procedimento, feito com anestesia local e sem necessidade de internação, permite alta no mesmo dia e retorno quase imediato às atividades cotidianas. O endolaser representa um divisor de águas na medicina vascular. Ele devolve ao paciente a liberdade de tratar um problema que o incomoda há anos, mas sem o trauma de uma cirurgia convencional. Isso impacta diretamente a saúde física e também a mental, porque reduz o medo e a insegurança em relação ao tratamento.
O alívio dos sintomas é percebido logo nas primeiras semanas após o procedimento, o que contribui para a adesão ao cuidado contínuo. O paciente sente as pernas mais leves, nota a redução do inchaço e da dor, e passa a se movimentar melhor. Esse processo de recuperação física também reflete no emocional, porque ele volta a se enxergar de forma positiva e sente que retomou o controle sobre o próprio corpo.
Além de melhorar o conforto e a aparência, o tratamento precoce das varizes ajuda a prevenir complicações graves, como trombose venosa profunda, flebites e úlceras de difícil cicatrização. O atraso no diagnóstico pode transformar uma condição simples em um quadro clínico mais complexo. A insuficiência venosa não tratada tende a se agravar com o tempo. Quando o sangue não retorna adequadamente ao coração, ele se acumula nas pernas, dilata as veias e compromete os tecidos. O tratamento precoce evita sofrimento físico, melhora a estética e, principalmente, preserva a qualidade de vida.
Estudos confirmam que quase metade da população adulta brasileira apresenta algum grau de insuficiência venosa, reforçando a importância de medidas preventivas, como a prática regular de atividade física, o uso de meias de compressão em longos períodos de pé ou sentado, a hidratação adequada e o acompanhamento médico periódico. Cuidar das veias é cuidar da saúde como um todo. A circulação sanguínea influencia diretamente a disposição, o sono e o humor. Quando a pessoa volta a ter energia e autoconfiança, o ganho emocional é imenso.
O bem-estar estético é legítimo e deve ser valorizado dentro do contexto de saúde. Muitos pacientes chegam fragilizados, com vergonha das pernas e medo de mostrar o corpo. Quando conseguem se olhar no espelho e se reconhecer novamente, percebem que o tratamento vai muito além do físico. Ele devolve liberdade, conforto e autoestima.
Para manter os resultados e evitar recidivas, o acompanhamento deve ser contínuo. Além das consultas regulares, é importante adotar hábitos que estimulem o retorno venoso, como caminhar diariamente, alongar as pernas durante o trabalho, evitar o sedentarismo e manter o peso corporal dentro da faixa saudável. A prevenção é parte essencial do tratamento. O cuidado com a saúde vascular precisa ser visto como um investimento em qualidade de vida. Quando o corpo funciona bem, a mente responde na mesma medida.
Por Camila Kill
médica cirurgiã vascular, mestre em cirurgia pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, CEO da rede de clínicas Vascularte, CEO e fundadora da Lumivie Clinique, mentora da LMV Club
Artigo de opinião



