O Desenvolvimento dos Bebês: Cada Etapa é um Passo para a Autonomia Infantil
Como respeitar o ritmo natural e estimular o crescimento saudável nos primeiros meses de vida
Desde os primeiros dias de vida, o bebê já começa a interagir com o mundo ao seu redor, tentando se comunicar com os pais de alguma forma. Quando nasce, o bebê só libera dois alarmes: chora por fome ou solidão, desejo de aconchego. Ele pede colo para relaxar e conseguir dormir.
Com cerca de 15 dias de vida, o recém-nascido já começa a controlar os movimentos dos olhos e a perceber diferenças entre claro e escuro. Após um mês, passa a fixar o olhar e reconhecer o rosto da mãe. Aos 3 meses, sustenta a cabeça e consegue sentar-se no colo com mais firmeza. Por volta dos 6 meses, senta por alguns segundos, embora ainda possa cair. Aos 9 meses, o bebê senta com estabilidade e tenta se levantar com apoio. Com 11 meses, dá os primeiros passos com ajuda, e entre 1 ano e 1 ano e 3 meses, começa a andar sozinho.
Cada criança tem o seu próprio ritmo de desenvolvimento. É fundamental que os pais respeitem esse tempo, sem comparações ou pressões, mas se identificarem atrasos importantes, a orientação de um pediatra pode indicar o melhor procedimento.
O acompanhamento pediátrico é essencial para monitorar essas etapas e colaborar de forma simples e segura. Aos 3 meses, por exemplo, quando o bebê começa a sustentar a cabeça, é importante deixá-lo fazer esse esforço quando está no colo. Aos 4 meses, quando tenta pegar objetos, disponibilizar brinquedos próximos estimula a coordenação. Já no momento em que começa a sentar, colocar almofadas ao redor ajuda a mantê-lo sentado por mais tempo sem risco.
Até os 3 meses, o bebê vive a chamada “exterogestação”, período que funciona como a finalização da gestação, onde o colo é importante pois é sentido como extensão do útero. Depois, começa a se movimentar e a explorar o espaço. Após a exterogestação, o bebê inicia sua autonomia rumo ao desenvolvimento motor e cognitivo, pegando objetos e engatinhando em direção a tudo o que vê pela frente. Nessa segunda fase, é importante deixá-lo mais solto para fazer suas primeiras descobertas.
É benéfico para o desenvolvimento que eles façam as coisas por si mesmos, pois precisam experimentar, cair, levantar e repetir. Cair da própria altura em geral não oferece risco. Para ter ainda mais segurança, vale colocar o bebê em um tatame ou algo macio para evitar choque da cabeça com superfície rígida.
Além dos estímulos físicos, a comunicação constante com o bebê é essencial. Ele entende tons de voz e começa a associar palavras a significados. Conversar com o bebê como um ser pensante, explicando as coisas, sem gritar ou brigar, ajuda no desenvolvimento. É assim que começa a ter compreensão e raciocínio.
Cada bebê é um pequeno milagre em desenvolvimento. Eles são inteligentes, aprendem rápido, e contam com pais e cuidadores para trilhar o caminho das descobertas e da autonomia, com segurança e bons estímulos.
Por Dra Letícia Corrêa
neonatologista e pediatra
Artigo de opinião



