Leandro Karnal e especialistas debatem dilemas éticos da morte assistida em evento gratuito em SP

“Viver e Morrer com Liberdade” reúne médicos, filósofos e juristas para discutir eutanásia e autonomia no fim da vida

No dia 18 de novembro, a Academia Paulista de Letras (APL) promove o evento “Viver e Morrer com Liberdade”, um encontro gratuito que reúne grandes nomes da medicina, filosofia, direito e diplomacia para debater dilemas éticos relacionados ao fim da vida, como a eutanásia, suicídio assistido, cuidados paliativos e autonomia do paciente. A programação acontece na sede da APL, em São Paulo, e está aberta ao público mediante inscrição pelo site oficial da instituição.

O debate ganha relevância diante das recentes mudanças legislativas na América Latina, como a aprovação da eutanásia no Uruguai, que se tornou o primeiro país da região a permitir a prática por meio do Parlamento. Países como Suíça e Canadá também autorizam a morte assistida, ainda que sob condições rigorosas. No Brasil, porém, a eutanásia é proibida e considerada crime, com penas que podem chegar a 20 anos de prisão. Essa lacuna legislativa evidencia a necessidade de ampliar o diálogo público e acadêmico sobre o tema.

Para o advogado e presidente da APL, Dr. Antonio Penteado Mendonça, “a liberdade de escolha está se sobrepondo a antigos dogmas ou tradições” e o direito de dispor da própria vida, incluindo o modo de morrer, é uma conquista recente e fundamental. Ele destaca que “a dignidade é um direito universal e que sem dignidade não há felicidade”, reforçando a urgência de discutir o tema de forma racional e sem preconceitos.

O cirurgião oncológico Raul Cutait ressalta o papel da medicina nesse contexto, lembrando que os avanços tecnológicos permitem prolongar a vida, mas é preciso avaliar até que ponto isso respeita a dignidade do paciente e seus desejos. “O ideal seria que todos pudessem administrar o fim de suas vidas com decisões tomadas por antecipação”, afirma.

Já o filósofo Leandro Karnal destaca que a morte é um tabu social e um dilema contemporâneo. Ele cita Fernando Pessoa para ilustrar: “Somos cadáveres adiados”. Karnal aponta que a sociedade aceita interferências na vida, mas resiste à ideia da morte assistida, por questões metafísicas e culturais. Para ele, eventos como “Viver e Morrer com Liberdade” são essenciais para naturalizar o debate e ampliar a compreensão do tema.

O evento contará com mesas redondas que abordarão a dignidade no hospital, o cuidado na velhice, o direito à escolha no fim da vida e lições de outros países, com a participação de cônsules da Suíça, Bélgica e Países Baixos. A iniciativa da APL reforça o compromisso com o diálogo entre o pensamento contemporâneo e questões fundamentais da existência humana.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site da Academia Paulista de Letras. Este é um convite para refletir sobre um tema delicado, mas urgente, que impacta diretamente a qualidade de vida e a autonomia, especialmente em uma sociedade que envelhece e busca novas formas de respeito e dignidade no fim da vida.

Conteúdo elaborado com dados da assessoria de imprensa.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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