Como o patriarcado apaga a memória das mulheres: novo livro revela a luta pela descolonização

Vitória Gomes expõe o memoricídio e convida à reflexão sobre gênero, memória e poder em obra inédita

Com base em dados da assessoria de imprensa, o livro “Por que nos querem esquecidas? Patrimônios, matrimônios e a descolonização da memória”, lançado em 2025 pela Editora da Universidade Estadual do Ceará, traz uma análise profunda sobre como o patriarcado e a violência de gênero contribuem para o apagamento das mulheres na história. Resultado da tese de doutorado da pesquisadora Vitória Gomes, a obra reúne também atualizações de pesquisas realizadas nos últimos três anos, abordando especialmente os esquecimentos sistemáticos que atingem mulheres negras, indígenas, periféricas, LGBTQIA+ e com deficiências.

A autora parte da etimologia da palavra “patrimônio”, que tem origem na sociedade romana antiga e está ligada ao “pater familias” — o pai como detentor da linhagem e do que é culturalmente relevante. Vitória questiona o uso de um termo com raízes tão patriarcais para definir aquilo que deveria ser patrimônio de toda a sociedade. Ela explica: “Como cresci rodeada por mulheres, sobretudo minha mãe e uma tia, cujas histórias envolviam pouca escolarização e exploração, o uso de uma palavra que omite, já na forma de nomeação, a atuação de qualquer pessoa que não seja homem, me fez chegar no doutorado querendo pensar sobre as relações de poder que geram esses apagamentos, a partir de uma perspectiva de gênero no campo da memória e dos patrimônios.”

Um dos pontos centrais do livro é a relação entre a violência física contra as mulheres e o apagamento histórico. Vitória desenvolve a tese de que o memoricídio — o apagamento sistemático da memória — e o feminicídio são faces da mesma moeda do patriarcado. Enquanto o feminicídio atenta contra a vida das mulheres, o memoricídio extermia sua presença como sujeitos da história, silenciando suas contribuições para o desenvolvimento social. “O apagamento na memória é uma política de dominação que impede a valoração e o reconhecimento das mulheres, diminuindo seu prestígio e status social”, analisa a pesquisadora.

Além da crítica, o livro é um convite à ação coletiva para repensar que tipo de memória e identidade queremos construir enquanto sociedade, incluindo os grupos historicamente marginalizados. Vitória defende o aprimoramento das políticas patrimoniais, ressaltando o papel das mulheres como guardiãs e produtoras de artes, culturas e memórias.

Para aprofundar o debate, a autora também oferece um curso online com o tema “Por que nos querem esquecidas? Patrimônios e matrimônios em conceitos e disputas”, voltado para estudantes, pesquisadores, artistas e interessados em memória, gênero e patrimônio. Com carga horária de cinco horas, o curso conta com bolsas para pessoas negras, indígenas, trans e com deficiência, e tem início em 20 de outubro.

Vitória Gomes é professora, pesquisadora e brincante, com trajetória marcada pela valorização das culturas populares e a luta contra o apagamento das memórias femininas. Seu trabalho é fundamental para quem deseja compreender as relações entre gênero, poder e memória, e para quem busca formas de resistência e valorização das mulheres na história e na cultura.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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