O Futuro dos Benefícios Corporativos: Flexibilidade e Hiperpersonalização Além do Vale-Refeição
Como o novo decreto do PAT inaugura uma era de multibenefícios integrados que transformam a relação entre empresas e colaboradores
Enquanto o mercado discute as novas regras para o vale-refeição, o verdadeiro impacto do decreto que moderniza o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) vai muito além do prato de comida. Essa mudança é o catalisador que acelera o fim da era do benefício único e inaugura a gestão integrada do bem-estar do colaborador.
A interoperabilidade do vale-alimentação é apenas a primeira peça de um dominó muito maior. Destravar o vale-refeição é uma vitória contra um modelo de 50 anos, mas é como desbloquear apenas o primeiro aplicativo do celular. O verdadeiro potencial está no ecossistema que se abre a partir de agora. A conversa deixa de ser sobre “onde posso almoçar?” e passa a ser “como minha empresa pode apoiar meu bem-estar de forma integral?”.
Três tendências estratégicas são aceleradas pelo decreto:
1. Ascensão do “salário bem-estar”: O conceito de benefício se expande. A flexibilidade tecnológica agora permite que, em um único cartão, o colaborador gerencie saldos para diferentes pilares de sua vida: alimentação (restaurantes e mercados), mobilidade (apps de transporte e postos de gasolina), cultura (livrarias, cinemas, teatros), saúde (farmácias e academias) e até home office (ajuda de custo para internet e energia).
2. O RH como arquiteto de cultura, não gestor de contrato: No modelo antigo, o RH era refém de contratos engessados e fornecedores únicos. Agora, o profissional da área ganha um papel estratégico: o de desenhar jornadas de benefícios que reflitam a cultura da empresa e as necessidades reais de times diversos – se adaptando a diferentes necessidades dos colaboradores. A tecnologia vira a ferramenta para que o RH construa pertencimento, em vez de apenas administrar um cartão.
3. O fim da relação transacional: A mudança permite que a empresa retome o protagonismo na relação com o colaborador e coloque sua marca no centro das transações. Em vez de o funcionário ter uma relação com a marca da operadora de vale, ele passa a ter uma experiência contínua com a marca do seu próprio empregador, que oferece uma plataforma completa de soluções para seu bem-estar. A transação fria dá lugar a uma relação de cuidado e valorização.
O futuro é sobre dar poder de escolha real ao colaborador e ferramentas estratégicas para a empresa. O decreto abriu a porta; agora, a tecnologia nos permitirá construir o futuro que existe por trás dela.
Por Douglas Barrochelo
CEO da Biz, empresa de multibenefícios flexíveis hiperpersonalizados
Artigo de opinião



