Modelos híbridos de trabalho: equilibrando saúde mental e produtividade nas empresas
Como políticas internas bem estruturadas podem transformar o trabalho híbrido em uma vantagem competitiva para o bem-estar e o desempenho dos colaboradores
Os modelos híbridos de trabalho — que combinam a atuação presencial e remota — deixaram de ser tendência para se tornarem realidade nas empresas. Essa nova dinâmica trouxe benefícios claros, como maior flexibilidade, redução de deslocamentos e melhoria na qualidade de vida. Mas também apresentou um desafio crescente: como preservar a saúde mental dos colaboradores e manter a produtividade em alta?
O sucesso do modelo híbrido depende da forma como as organizações desenham suas políticas internas.
“Flexibilidade não é sinônimo de falta de estrutura. Quando o modelo híbrido é implementado com clareza e cuidado, ele potencializa o bem-estar, o engajamento e a performance. Mas, quando é mal conduzido, pode gerar sobrecarga, ansiedade e desconexão.”
Pesquisas recentes indicam que profissionais em regime híbrido relatam maior satisfação com o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Porém, sem diretrizes claras, surgem problemas como excesso de reuniões virtuais, dificuldade em desconectar e sensação de isolamento — fatores diretamente ligados à queda de produtividade e à fadiga mental.
“A saúde mental é um pilar estratégico de negócios. Empresas que investem em bem-estar psicológico têm colaboradores mais criativos, resilientes e produtivos. Os dados mostram que iniciativas nessa área podem aumentar a produtividade em até 23% e reduzir o absenteísmo de forma significativa.”
A chave está em políticas híbridas bem estruturadas, que combinem propósito, autonomia e suporte humano. Entre as práticas recomendadas estão:
– Clareza nas regras: definir dias presenciais, horários de disponibilidade e expectativas de entrega.
– Cultura de confiança: líderes devem medir resultados por desempenho, não por controle.
– Apoio psicológico: oferecer programas de saúde mental e acesso a plataformas de bem-estar.
– Momentos de conexão: encontros presenciais estratégicos fortalecem vínculos e pertencimento.
– Educação corporativa: treinamentos sobre gestão emocional e autocuidado ajudam a consolidar uma cultura saudável.
“O modelo híbrido não é apenas uma questão de logística — é um convite à reinvenção da cultura corporativa. Cuidar das pessoas é cuidar da base que sustenta o crescimento de qualquer empresa.”
Por Aline Graffiette
neuropsicóloga e CEO da Mental One
Artigo de opinião



