Tornado no Paraná: hospitais filantrópicos atendem quase 30 vezes mais vítimas em 48h

Os hospitais filantrópicos do interior do Paraná desempenharam papel fundamental no atendimento às vítimas do tornado que atingiu Rio Bonito do Iguaçu no dia 8 de novembro. Dados da assessoria de imprensa da Femipa (Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná) revelam que, nas 48 horas seguintes ao evento climático, o número de atendimentos de emergência aumentou quase 30 vezes em duas unidades hospitalares próximas ao local da tragédia.

Os hospitais São Lucas e Instituto São José, ambos em Laranjeiras do Sul, cidade situada a apenas 20 km do local do tornado, foram responsáveis por cerca de 600 atendimentos em dois dias. Esse volume representa um crescimento de 2.865% em relação ao número habitual, que é de aproximadamente 20 casos a cada 48 horas. Cerca de 90% dos atendimentos emergenciais na região foram realizados por hospitais filantrópicos, que atendem uma população de aproximadamente 90 mil pessoas em sete municípios da 5ª regional de saúde.

Os casos mais graves foram transferidos para hospitais filantrópicos em Guarapuava, a 110 km de distância, garantindo o suporte necessário para pacientes em estado crítico. O presidente da Femipa, Charles London, destacou a importância dessas instituições: “Onde há uma instituição filantrópica, há cuidado, acolhimento e resposta concreta às necessidades locais. Cada uma dessas entidades representa não apenas um espaço de atendimento, mas a personificação do compromisso com a vida e com a saúde coletiva”.

Além das equipes médicas, enfermeiros e socorristas, voluntários como estagiários, técnicos e familiares de funcionários também colaboraram no atendimento emergencial. Marcelo Parassin, diretor do Hospital São Lucas, ressaltou que a mobilização foi decisiva para salvar vidas: “A mobilização nos ajudou a salvar muitas vidas que poderiam ter sido perdidas caso não tivéssemos estrutura adequada”. Ele também lembrou que a região já enfrentou tornados graves anteriormente, o que reforça a necessidade de hospitais preparados e próximos.

A diretora do Instituto São José, Maressa Morati, relatou a intensidade do trabalho: “Vivenciamos momentos muito difíceis porque as vítimas chegavam em situações complexas. Foi um ato heróico dos nossos profissionais, abrimos todos os nossos quartos, todos os nossos centros cirúrgicos e tinham vítimas sendo suturadas em meio ao corredor”. Ela também mencionou que o estoque de medicamentos foi comprometido e que os atendimentos continuam, especialmente para aqueles envolvidos na reconstrução da cidade.

Os números finais indicam que o Instituto São José realizou 455 atendimentos, com 24 internações, 4 pacientes em UTI e 4 óbitos. O Hospital São Lucas contabilizou 239 atendimentos, incluindo transferências e atendimento a crianças e gestantes, mantendo 8 pacientes internados. Outras unidades, como a UBS Dr. Felipe de Sio e a Faculdade Campo Real, também prestaram apoio médico, além do SAMU, que registrou 81 ocorrências.

A Femipa reforça que, embora não sejam hospitais públicos, as instituições filantrópicas cumprem uma função pública essencial, atendendo mais da metade da demanda do SUS no Paraná. Elas enfrentam desafios como recursos limitados e dependência de emendas e apoio da comunidade, mas são fundamentais para o sistema de saúde local. Além do atendimento, esses hospitais geram empregos, qualificam profissionais e fortalecem o sistema de saúde regional.

Este balanço mostra a importância do investimento e fortalecimento dos hospitais filantrópicos para garantir atendimento eficiente e humanizado, especialmente em momentos de crise como o enfrentado pela população de Rio Bonito do Iguaçu. A mobilização das equipes e voluntários foi decisiva para salvar vidas e minimizar os impactos do desastre natural.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA