A Revolução Digital no Consumo de Flores e Presentes

Como a tecnologia e o social commerce transformam o mercado floral, unindo emoção e conveniência

Presentear com flores, um gesto antes restrito às floriculturas de rua, tornou-se parte da economia digital. Buquês, arranjos e kits personalizados agora são comprados com poucos cliques, via aplicativos, WhatsApp, Instagram ou e-commerces. Essa transformação acompanha o avanço do social commerce, modelo que transforma redes sociais em vitrines e pontos de venda e vem impulsionando toda a cadeia produtiva do setor. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA/Esalq/USP) e o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), a floricultura brasileira movimentou R$ 21,23 bilhões em 2024, gerando 265 mil empregos. No mesmo ritmo, o social commerce deve alcançar US$ 3,58 bilhões neste ano e quase dobrar até 2030, segundo o Brazil Social Commerce Market Intelligence Report 2025. O resultado é um novo cenário em que o encanto das flores encontra a conveniência do digital.

Funcionalidades como compras integradas e anúncios sob medida tornam a jornada do consumidor mais fluida, estimulando as transações diretamente dentro das próprias plataformas. Nos próximos anos, é provável que as redes sociais invistam em soluções de compra ainda mais sofisticadas e em experiências altamente personalizadas para ampliar o engajamento e a conversão dos usuários.

Apesar do crescimento, o mercado digital de flores enfrenta obstáculos específicos. A logística é um deles: elas são produtos altamente perecíveis e exigem entrega rápida e manuseio cuidadoso, qualquer falha pode comprometer a experiência do cliente e a imagem da marca. Garantir embalagens seguras e definir SLAs claros de entrega são medidas essenciais. Outro desafio é a confiança nas compras via redes sociais. Muitos consumidores ainda hesitam em finalizar pedidos pelo Instagram ou WhatsApp por receio de golpes. Por essa razão, empresas que atuam nesse formato precisam reforçar sinais de credibilidade, com meios de pagamento seguros, políticas transparentes de troca e devolução e comunicação clara sobre prazos e condições de entrega.

No campo da performance, surge uma dificuldade mais técnica: mensurar o retorno sobre o investimento (ROI) de conteúdos digitais. Reels, lives e postagens criativas geram engajamento, mas transformar visualizações em vendas exige estratégia. Floriculturas que dominam esse funil de conversão conectando emoção, experiência e dados tendem a se destacar no novo varejo floral. Para prosperar nesse ambiente, marcas e floriculturas precisam unir tecnologia e sensibilidade. Um bom ponto de partida é contar com uma vitrine comprável. Integrações como Instagram Shopping, links diretos no WhatsApp e landing pages otimizadas reduzem o atrito na jornada de compra.

O conteúdo também é decisivo. Combinar emoção e prova social como vídeos curtos de montagem de arranjos, bastidores e avaliações de clientes em vídeo aumenta a confiança e o desejo de compra. Além disso, oferecer experiências personalizadas, como entrega agendada, cartões customizados e kits com produtos complementares, ajuda a criar vínculos afetivos e diferenciais competitivos.

O mercado brasileiro de flores e presentes vive um momento de profunda transformação. O digital amplia o alcance e cria novas ocasiões de consumo, mas a conversão sustentável dependerá da capacidade das empresas de entregar qualidade, experiência e confiança. Além de dominar formatos de conteúdo que transformem descoberta em compra. Para os empresários do setor, uma recomendação é clara: tecnologia, logística e atendimento precisam evoluir junto com a estratégia de conteúdo e comunidade.

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Por Clóvis Souza

CEO da Giuliana Flores, maior e-commerce de flores do país, com 65% de marketshare

Artigo de opinião

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