Fiscalizações da Anvisa: riscos jurídicos e de reputação para marcas brasileiras
Como o descumprimento das normas sanitárias pode impactar a saúde pública e a sustentabilidade das empresas no mercado
As recentes proibições da Anvisa, como o recolhimento de marcas de café por contaminação, a suspensão de substâncias tóxicas usadas em unhas em gel, a retirada de suplementos alimentares sem registro e a interdição de azeites adulterados, reacendem o debate sobre o controle de qualidade e o cumprimento das normas sanitárias no Brasil. Cada caso revela falhas em etapas cruciais, como rastreabilidade, rotulagem, origem de matérias-primas e boas práticas de fabricação, aspectos essenciais para a manutenção da regularidade de um produto no mercado.
Do ponto de vista jurídico, essas ações reforçam que o não atendimento às normas da vigilância sanitária pode gerar consequências severas, desde multas e recolhimentos até responsabilização civil, administrativa e penal dos fabricantes e distribuidores. O tema levanta uma questão central: como garantir que auditorias e mecanismos de compliance sejam eficazes o suficiente para prevenir riscos à saúde pública e evitar prejuízos à imagem e à sustentabilidade jurídica das empresas?
É fundamental que as empresas adotem cuidados legais e operacionais rigorosos para assegurar a conformidade com as normas sanitárias. Isso inclui a implementação de sistemas robustos de rastreabilidade, controle rigoroso da qualidade das matérias-primas, transparência na rotulagem e a adoção das boas práticas de fabricação. Além disso, a governança corporativa e o compliance devem estar alinhados para identificar e mitigar riscos antes que se tornem problemas regulatórios ou de reputação.
A fiscalização da Anvisa, portanto, não deve ser vista apenas como um obstáculo, mas como um instrumento que protege o consumidor e fortalece o mercado. Empresas que investem em conformidade e qualidade ganham diferencial competitivo, evitando sanções e construindo uma imagem sólida e confiável perante o público.
Em suma, o desafio para as marcas é integrar a conformidade regulatória à sua estratégia de negócio, garantindo segurança, qualidade e transparência. Só assim será possível minimizar riscos jurídicos e preservar a reputação, elementos essenciais para a sustentabilidade e o sucesso no mercado brasileiro.
Por Fernando Moreira
advogado especialista em Direito Empresarial e doutor em Engenharia de Produção com ênfase em Governança e Compliance
Artigo de opinião



