DJ brasileira revela os desafios de atuar em um cenário musical dominado por homens

Entre machismo e assédio, artista radicada em Londres compartilha sua luta por respeito e igualdade na cena eletrônica

A DJ brasileira Scheila Santos, atualmente radicada em Londres, tem conquistado seu espaço na cena eletrônica local, mas não sem enfrentar os desafios de um ambiente ainda marcado pela desigualdade de gênero. Segundo dados do banco female:pressure, apenas 26,9% dos artistas programados em festivais de música eletrônica entre 2020 e 2021 eram mulheres. Além disso, um estudo da Universidade de Portsmouth revela que menos de 10% dos DJs e apenas 5% dos produtores reconhecidos mundialmente são mulheres.

Scheila compartilha que, apesar do glamour associado à profissão, a realidade nos bastidores é bem diferente. “Em muitos eventos, ainda sou recebida como se fosse a namorada de alguém da equipe, não como a artista contratada.” Essa percepção equivocada se repete em grandes cidades como Londres, Berlim e Barcelona, onde a DJ relata que a reação inicial costuma ser achar que o homem ao seu lado é o verdadeiro DJ. “Quando percebem que sou eu, vem aquele pedido de desculpa constrangido.”

Com um estilo que mistura afrohouse e afrotech, Scheila também enfrenta o machismo e o desrespeito diretamente. “Quando uma mulher está na cabine, parece que precisa provar o tempo todo que sabe o que está fazendo. Já ouvi piadas sobre o meu corpo enquanto eu tocava e já me perguntaram se eu era a DJ de verdade ou se estava ali apenas para atrair público.” Ela destaca que o ambiente é competitivo e que o gênero ainda pesa muito.

Para lidar com essas situações, Scheila desenvolveu estratégias próprias de segurança e profissionalismo. “Hoje viajo sempre com alguém de confiança, evito beber e deixo tudo muito organizado para não depender de ninguém. Pode parecer exagero, mas quando você passa por situações de assédio, entende que precisa criar seus mecanismos de proteção.” Ela lembra de um episódio em que foi abordada de forma invasiva por um colega durante um festival, situação que a deixou paralisada e refletindo sobre a difícil escolha entre se defender e continuar fazendo o que ama.

Apesar das adversidades, Scheila enxerga avanços na cena musical. “Vejo mais mulheres nos line-ups, gerenciando eventos e trabalhando na parte técnica. A sororidade tem crescido muito. Nós trocamos contatos, falamos sobre o que vivemos e não aceitamos mais o silêncio como regra.” Para ela, o verdadeiro progresso será quando a visibilidade se traduzir em igualdade real. “Não quero ser tratada diferente por ser mulher. Quero ser reconhecida pelo meu som e pela energia que levo à pista. Se eu inspiro outras meninas a acreditarem que também podem estar ali, no comando da cabine, já valeu a pena.”

Scheila reforça que seu objetivo é abrir caminho para as futuras gerações. “Não quero medalhas por suportar o que suportei, quero mudanças reais. Quero poder entrar na cabine, tocar, sair e ninguém questionar quem me trouxe ali. Até lá, sigo de cabeça erguida, fazendo o que amo e usando minha voz para que a próxima geração encontre um cenário mais respeitoso.”

Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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