Inclusão escolar exige trabalho coletivo entre professores, terapeutas e famílias
Formação colaborativa e diálogo entre profissionais são caminhos para transformar matrículas em aprendizagem inclusiva
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Formação colaborativa e diálogo entre profissionais são caminhos para garantir o sucesso da inclusão educacional no país
O número de alunos com deficiência matriculados na educação básica brasileira vem crescendo de forma expressiva. Dados do Censo Escolar mostram que as matrículas de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), por exemplo, saltaram de 105 mil em 2018 para mais de 212 mil em 2021, um aumento de 100% em apenas três anos. Apesar do avanço quantitativo, o desafio agora está na construção de uma rede de apoio que una professores, terapeutas e famílias para tornar a inclusão realmente efetiva.
Segundo a neuropedagoga Mara Duarte da Costa, diretora pedagógica da Rhema Neuroeducação, o trabalho em rede é o que sustenta uma inclusão de qualidade. “Nenhum profissional, isoladamente, consegue dar conta da complexidade das necessidades de um aluno com deficiência. A inclusão só acontece quando há comunicação ativa entre escola, terapeutas e família, com objetivos pedagógicos alinhados”, explica.
De acordo com Mara, a ausência dessa articulação é uma das principais falhas nas escolas públicas e privadas. “Professores muitas vezes recebem o aluno com laudos diversos, mas não têm suporte técnico para interpretar esses diagnósticos ou transformá-los em estratégias de ensino. A formação docente precisa preparar o educador para dialogar com os demais profissionais que participam da jornada de aprendizagem da criança”, acrescenta.
Pesquisas do IBGE indicam que 18,9 milhões de brasileiros vivem com algum tipo de deficiência, o que reforça a urgência de práticas pedagógicas adaptadas. A Rhema Neuroeducação, fundada em 2009 e presente em mais de 20 países, tem se destacado na capacitação de professores para lidar com a neurodiversidade em sala de aula. Somente em 2024, a instituição alcançou 90 mil alunos em cursos de pós-graduação e formação continuada.
A especialista destaca que a formação docente precisa ir além da teoria, oferecendo ferramentas para o trabalho colaborativo. “É fundamental que os cursos de capacitação abordem não apenas as especificidades das deficiências, mas também a importância da escuta ativa e da construção de planos individualizados junto aos terapeutas e responsáveis”, afirma Mara.
Para ela, o sucesso da inclusão depende de um ambiente escolar preparado para acolher a diversidade. Isso inclui currículos flexíveis, recursos sensoriais e visuais, e uma equipe multidisciplinar integrada. “Quando todos os envolvidos, professores, terapeutas e famílias compartilham informações e estratégias, o desenvolvimento da criança é potencializado. A inclusão deixa de ser um ideal e passa a ser uma prática cotidiana”, conclui.
Por Mara Duarte da Costa
neuropedagoga; psicopedagoga; diretora pedagógica da Rhema Neuroeducação; mentora; empresária; diretora geral da Fatec; diretora pedagógica e executiva do Rhema Neuroeducação
Artigo de opinião



