NR‑1 2026: a virada da saúde mental nas empresas
Ao incluir riscos psicossociais, a nova norma transforma a saúde mental em critério estratégico — exigindo prevenção, liderança e investimento em RH
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A revisão da Norma Regulamentadora NR-1, que entrará em vigor em maio de 2026, representa mais do que uma simples atualização legal: é um marco na forma como as empresas brasileiras encaram a saúde mental no ambiente de trabalho. Ao incluir formalmente riscos psicossociais (como estresse, sobrecarga e desequilíbrio entre vida pessoal e profissional), a norma estabelece um novo parâmetro para produtividade, engajamento e sustentabilidade corporativa.
A principal mudança não é técnica, mas cultural. Para Andre Purri, CEO da Alymente, o regulamento funciona como um alerta para que as organizações integrem a saúde mental à estratégia de negócio. “As empresas que conseguirem transformar prevenção em prática diária terão uma vantagem competitiva clara”, afirma.
A expectativa é que a nova norma leve as companhias a repensar políticas internas, práticas de liderança e programas de cuidado com colaboradores, superando o modelo reativo tradicional. Em um cenário em que afastamentos por causas emocionais já afetam produtividade e aumentam custos, adotar medidas preventivas deixa de ser uma escolha e passa a ser uma necessidade estratégica.
A NR-1 também deve acelerar a profissionalização do setor de recursos humanos, estimulando investimentos em tecnologia, dados e programas de bem-estar. Empresas que se anteciparem a essas mudanças estarão mais preparadas para reter talentos, reduzir o turnover e consolidar uma cultura saudável e produtiva. Já aquelas que enxergarem a norma apenas como obrigação legal poderão enfrentar prejuízos em competitividade e imagem.
“A chegada de 2026 marca um ponto de virada: a saúde mental deixa de ser um tema periférico e se torna critério estratégico, conectando desempenho organizacional e cuidado com pessoas como nunca antes”, conclui Purri.
Por Andre Purri
CEO e cofundador da Alymente; formado em Administração de Empresas pela ESPM; mais de 10 anos de experiência no setor de meio de pagamentos e benefícios; iniciou carreira como Líder Comercial na Stone Pagamentos
Artigo de opinião



