Mês da Consciência Negra: o que evitar nas escolas, segundo especialista
Atividades superficiais em novembro podem reforçar estereótipos; educação antirracista precisa ser prática contínua
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Este post foi produzido com dados da assessoria de imprensa.
No Mês da Consciência Negra, muitas escolas repetem práticas que, apesar da boa intenção, acabam reforçando estereótipos em vez de combatê‑los. A pedagoga e doutoranda em Educação pela UERJ Luiza Mandela chama a atenção para atividades ultrapassadas e descontextualizadas que transformam a pauta racial em ritual simbólico vazio.
Exemplos apontados por Luiza incluem colagens que simulam “cabelos afro” com materiais inadequados, murais de “pessoas negras” sem rosto, apresentações musicais sem contextualização histórica, encenações de “quebra de correntes” sem discussão sobre a escravidão e histórias infantis com narrativas e ilustrações estereotipadas. Um caso real citado no material mostra educadores do Rio de Janeiro colando palha de aço em um cartaz para representar cabelo de pessoas negras — gesto que, segundo a especialista, reforça um estigma histórico.
Para ela, “educação antirracista não é um evento, é um compromisso permanente.” O conceito de letramento racial, destacado por Luiza, envolve estudos sobre as relações étnico‑raciais e deve orientar práticas pedagógicas contínuas e contextualizadas, evitando trabalhos pontuais restritos a novembro. A pedagoga lembra também a obrigatoriedade prevista na Lei 10.639/03, que determina o ensino de história e cultura afro‑brasileira e africana em todo o currículo escolar.
A proposta de Luiza Mandela é que o letramento racial seja incorporado como eixo transversal: orientar leituras, atividades artísticas, aulas de história e a convivência cotidiana. Assim, o 20 de novembro passa a ser um ponto de reflexão dentro de um processo duradouro, não apenas uma data de homenagens superficiais. “Não se trata de celebrar a consciência negra apenas em novembro, mas de formar consciência antirracista o ano inteiro. Isso se faz com intencionalidade pedagógica, currículo diverso e formação constante”, afirma a educadora.
A estreia de Luiza como colunista no Portal Conteúdo Aberto, da FTD Educação, reforça a necessidade de diálogo qualificado sobre diversidade e equidade racial nas escolas. A coluna mensal terá foco em orientar gestores, professores, estudantes e famílias sobre práticas pedagógicas transformadoras, com base em conhecimento e formação, não em estereótipos.
Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA



