COVID na gravidez pode aumentar risco de autismo e outros transtornos infantis
Estudo com mais de 18 mil nascimentos associa infecção materna por SARS‑CoV‑2 a maiores taxas de alterações neurodesenvolvimentais
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Um estudo publicado em 30/10/2025 na revista Obstetrics & Gynecology aponta que a infecção por COVID‑19 durante a gestação está associada a maior risco de autismo e outros transtornos neurodesenvolvimentais em crianças. A análise, feita por pesquisadores do Mass General Brigham, avaliou mais de 18 mil nascimentos ocorridos entre março de 2020 e maio de 2021.
Os resultados mostram que filhos de mães infectadas durante a gravidez apresentaram 2,7% de diagnóstico de autismo, contra aproximadamente 1,1% nas crianças não expostas — mais que o dobro da taxa. De forma geral, mais de 16% das crianças nascidas de mães com COVID‑19 durante a gestação receberam diagnósticos neurodesenvolvimentais até os 3 anos, em comparação com menos de 10% nas demais crianças, o que representou um aumento de risco de aproximadamente 1,3 vez após ajuste por outros fatores.
O estudo também identificou subgrupos de maior vulnerabilidade: os achados foram mais pronunciados entre meninos e quando a infecção materna ocorreu no terceiro trimestre. Para infecções no terceiro trimestre, o risco ajustado aumentou para 36%, e meninos expostos nesse período apresentaram risco 43% maior de alterações neurodesenvolvimentais.
Os autores destacam plausibilidade biológica para essa associação. Pesquisas anteriores sugerem que não é necessariamente o vírus em si, mas a resposta imunológica materna à infecção que pode afetar o desenvolvimento cerebral fetal. Estudos em animais e associações de outras infecções durante a gestação sustentam essa hipótese.
O período investigado teve baixa cobertura vacinal: cerca de 93% das mães avaliadas não haviam recebido nenhuma dose de vacina contra COVID‑19, o que permitiu aos pesquisadores analisar a associação em uma população essencialmente não vacinada.
Especialistas ouvidos no material ressaltam que, embora a associação seja estatisticamente significativa, o risco absoluto permanece relativamente baixo e não implica determinismo. A recomendação é por monitoramento neurodesenvolvimental atento, especialmente para crianças expostas no terceiro trimestre e para meninos, além de priorizar triagem e intervenções precoces quando sinais de atraso forem identificados.
Este post foi produzido com dados fornecidos pela assessoria de imprensa.
Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA



