Mais de 70 mil casos de câncer de próstata no Brasil: rastreamento a partir dos 45 anos é essencial

Em meio ao movimento Novembro Azul, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) reforça a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata, doença que registra mais de 70 mil novos casos anualmente no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). A entidade destaca que o rastreamento regular a partir dos 45 anos, especialmente para homens com fatores de risco, é fundamental para aumentar as chances de cura e reduzir a mortalidade.

O câncer de próstata é o tumor mais frequente entre os homens brasileiros, representando cerca de três em cada dez diagnósticos de câncer nessa população, excluindo os casos de câncer de pele não melanoma. Globalmente, são mais de 1,4 milhão de novos casos por ano, com aproximadamente 397 mil mortes, conforme dados da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC/OMS).

No Brasil, as estimativas indicam desigualdades regionais significativas. A região Sudeste concentra mais da metade dos casos, seguida pelo Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Norte. Estados como Bahia e Espírito Santo apresentam as maiores taxas de incidência, refletindo diferenças populacionais, genéticas e na capacidade de rastreamento.

Um dos maiores desafios no combate ao câncer de próstata é o diagnóstico tardio, já que a doença costuma evoluir silenciosamente. O presidente da SBCO, Dr. Rodrigo Nascimento Pinheiro, destaca que “o rastreamento a partir dos 45 anos é essencial, especialmente em homens com fatores de risco, como histórico familiar e ascendência negra”. Ele reforça que o diagnóstico precoce possibilita tratamentos curativos, muitas vezes com técnicas minimamente invasivas, como a cirurgia robótica, recentemente incorporada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A recomendação é que todos os homens realizem anualmente a dosagem do PSA (antígeno prostático específico) e o exame de toque retal a partir dos 45 anos. Para aqueles com risco elevado, o acompanhamento deve começar antes dessa idade. Dados internacionais indicam que 69% dos casos são detectados ainda localizados, o que garante 100% de sobrevida em cinco anos, enquanto tumores metastáticos reduzem essa taxa para 37,9%.

Além do rastreamento, hábitos saudáveis são importantes na prevenção primária. O envelhecimento, histórico familiar, raça negra, sedentarismo e obesidade são fatores de risco. “Manter uma alimentação equilibrada, reduzir o consumo de álcool, praticar atividade física regularmente e evitar o tabagismo são atitudes que fazem diferença para a saúde como um todo”, ressalta Pinheiro.

No que diz respeito ao tratamento, ele varia conforme o estágio e agressividade do tumor. Pode incluir vigilância ativa, cirurgia, radioterapia, bloqueio hormonal e quimioterapia, sempre com planejamento multidisciplinar para garantir melhores resultados e menor impacto na qualidade de vida.

Um avanço significativo em 2025 foi a aprovação da cirurgia robótica pelo SUS para pacientes com câncer de próstata localizado ou localmente avançado. A prostatectomia radical robótica oferece procedimentos mais precisos e menos invasivos, com menor tempo de internação e melhor preservação das funções urinária e sexual. Segundo Pinheiro, “a incorporação da robótica no SUS cria um ambiente de aprendizado supervisionado e reduz a curva de treinamento, contribuindo para a formação de cirurgiões altamente qualificados”.

Este cenário reforça a importância de políticas públicas que ampliem o acesso à prevenção, diagnóstico precoce e tratamentos de ponta, garantindo melhores resultados para a saúde masculina no Brasil.

Conteúdo baseado em informações da assessoria de imprensa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA