“Alice: Amor, Perda e Renascimento” e a Realidade da Violência nas Periferias do Rio

Uma obra literária que humaniza as histórias invisibilizadas das comunidades cariocas e provoca reflexão sobre desigualdade e resistência

“Alice: amor, perda e renascimento”, novo livro da escritora Isa Colli, surge como uma obra literária que dialoga diretamente com a realidade da violência que marca as comunidades do Rio de Janeiro. Em meio ao impacto da recente megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou em mais de 120 mortes, segundo dados divulgados pelo Governo do Rio de Janeiro, a narrativa ganha ainda mais relevância ao propor um olhar humano sobre histórias que raramente ganham espaço no noticiário tradicional.

A autora apresenta uma obra densa, sensível e realista, construída a partir de sua vivência em projetos sociais na Região Metropolitana do Rio, onde testemunhou abandono, corrupção, preconceito, falta de acesso à educação, violência estrutural e a ausência persistente do Estado.

A personagem central, Alice, é uma jovem negra, moradora da Comunidade do Sapo, que enfrenta diariamente dilemas para garantir a própria sobrevivência e a dos irmãos. Sua trajetória reflete a luta de milhares de brasileiros que convivem com a vulnerabilidade e com a necessidade constante de fazer escolhas que definem destinos.

Ao entrelaçar ficção e realidade, Isa Colli constrói uma obra que não romantiza a dor, mas evidencia a força, a resiliência e a capacidade de renascimento de jovens que crescem cercados por conflitos sociais e territoriais. O livro busca provocar reflexão sobre a forma como o país lida com suas periferias e como essas histórias, muitas vezes invisibilizadas, fazem parte da formação cultural e humana do Brasil.

“A narrativa de Alice não é sobre conformismo, mas sobre resistência. É sobre sobreviver diante da ausência de tudo, inclusive de direitos básicos”, destaca a autora.

Ao lançar um olhar crítico e ao mesmo tempo afetivo sobre o cotidiano das comunidades, “Alice: amor, perda e renascimento” contribui para ampliar o debate público sobre violência urbana, desigualdade e representatividade.

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Por Alex Ferraz

Artigo de opinião

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