Inovações e desafios na saúde para populações em áreas remotas do Brasil
Estudos nacionais e internacionais apontam soluções para ampliar o acesso à saúde na Amazônia e outras regiões isoladas
Dois estudos recentes, realizados pela Umane em parceria com o Instituto Veredas e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), trazem importantes insights para o avanço da saúde em áreas remotas do Brasil, especialmente na região amazônica. As pesquisas avaliam inovações, oferta e acesso a serviços de saúde para populações isoladas, além de reunir boas práticas internacionais que podem inspirar soluções locais.
O estudo brasileiro, focado na Amazônia, destaca desafios como a logística fluvial, a escassez de profissionais e a falta de conectividade, que dificultam o acesso à saúde. Entre as soluções inovadoras já aplicadas estão as bicilâncias (bicicletas ambulâncias) em Afuá (PA), ambulanchas (lanchas que funcionam como ambulâncias) e Unidades Básicas de Saúde (UBSs) fluviais em Santarém (PA) e Carauari (AM). Além disso, a valorização dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e a integração dos saberes dos povos tradicionais às práticas clínicas são apontadas como estratégias fundamentais.
“Ao completar 35 anos, temos um SUS que funciona muito bem. Mas a região da Amazônia tem características tão únicas que vamos precisar inventar uma nova forma de levar saúde para essa população daqui para frente. Precisamos alinhar o aprendizado internacional com o potencial das soluções brasileiras, especialmente na região Norte”, afirma Evelyn Santos, gerente de investimento e impacto social da Umane.
Já o estudo do BID analisou sistemas universais de saúde em países como Austrália, Canadá, Escócia, Nova Zelândia e Países Nórdicos, que possuem atenção primária estruturada e políticas específicas para populações rurais e isoladas. Segundo Leonardo Shibata, especialista em Saúde do BID, “um ponto em comum, também válido para o caso brasileiro, é a importância da tecnologia para ampliar o acesso e facilitar o acompanhamento de pacientes”.
A convergência entre as experiências nacionais e internacionais aponta três eixos centrais para transformar o acesso à saúde em áreas remotas:
1. Telessaúde e saúde digital – A infraestrutura tecnológica é essencial para ampliar o atendimento primário. Exemplos como o TelePNAR, que monitora remotamente gestantes de alto risco no Amazonas, e o Tele Estomatologia, aplicativo para triagem e diagnóstico, demonstram como a tecnologia pode reduzir deslocamentos e ampliar o acesso a especialistas.
2. Diagnóstico no ponto de cuidado (Point of Care) – Testes rápidos para doenças como malária e para medir hemoglobina glicada, realizados diretamente nas comunidades, garantem diagnósticos ágeis e intervenções oportunas, com resultados imediatos no local do atendimento.
3. Formação e fixação de profissionais – Políticas brasileiras como o Mais Médicos e residências em áreas remotas são importantes, mas há espaço para ampliar estágios obrigatórios, serviço civil e formação de profissionais locais, fortalecendo o atendimento contínuo.
Laura Boeira, do Instituto Veredas, ressalta que “a escuta ativa, o respeito às especificidades culturais e a adaptação das metodologias às realidades locais são fatores determinantes para o êxito das ações em saúde”.
Esses estudos foram apresentados em evento na Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Brasília, reunindo representantes do poder público e da sociedade civil. Eles reforçam a necessidade de unir inovação tecnológica, valorização dos profissionais e respeito cultural para garantir o direito à saúde em territórios de difícil acesso.
Este conteúdo foi elaborado com base em dados da assessoria de imprensa da Umane e do BID, destacando caminhos promissores para a saúde pública no Brasil e no mundo.
 
Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA
 
        


