Infância emocionalmente livre: o alicerce para uma vida adulta saudável

Como a educação emocional na infância pode prevenir transtornos mentais e promover o autoconhecimento para um futuro mais equilibrado

Com o aumento de casos de ansiedade e tristeza entre crianças, educadores e terapeutas reforçam o papel da família na prevenção de feridas emocionais herdadas e na construção de hábitos saudáveis de autoconhecimento.

A saúde mental infantil entrou definitivamente na pauta das famílias, escolas e meios de comunicação. Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que uma em cada sete crianças e adolescentes no mundo apresenta algum transtorno mental diagnosticável, sendo a ansiedade e a depressão os mais comuns. No Brasil, dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontam que 36% dos jovens entre 11 e 17 anos relatam sintomas de ansiedade, irritação e dificuldade para dormir, o que revela o impacto emocional que atravessa o ambiente familiar e escolar.

A psicanalista e pesquisadora Elainne Ourives, criadora do método Holo Cocriação, explica que a origem desse desequilíbrio muitas vezes está nas chamadas “prisões emocionais invisíveis”, padrões mentais e crenças herdadas de gerações anteriores. “As crianças aprendem o que os pais sentem, não o que eles dizem. Quando o adulto não cura suas próprias dores, a criança passa a repetir inconscientemente o mesmo roteiro emocional”, afirma.

Feridas herdadas e o ciclo de repetição

Especialistas da área de psicologia do desenvolvimento apontam que as primeiras experiências emocionais moldam o sistema nervoso e influenciam a forma como a criança reagirá ao estresse ao longo da vida. Estudos publicados na Frontiers in Psychology (2023) indicam que crianças expostas a ambientes familiares instáveis apresentam maior risco de desenvolver ansiedade na adolescência.

Elainne Ourives reforça que interromper esse ciclo exige consciência e prática. “Muitos pais acreditam que precisam oferecer o melhor materialmente, mas esquecem que o maior legado é emocional. É preciso ensinar a criança a lidar com o que sente, não a esconder ou se envergonhar das próprias emoções”, alerta.

Exercícios para fortalecer a saúde mental infantil

De acordo com a especialista, pequenos hábitos diários podem ajudar na regulação emocional e no fortalecimento da autoestima das crianças. Ela propõe três práticas simples:

– Nomear o que sente – Reservar um momento do dia para conversar sobre as emoções e dar nome a elas. “Quando a criança identifica o que sente, deixa de ser controlada por isso. Falar sobre a emoção é o primeiro passo para transformá-la.”

– Mudar crenças herdadas – Muitos adultos carregam ideias como “dinheiro não dá em árvore” ou “homem não presta”, que acabam se reproduzindo no ambiente doméstico. “O primeiro passo é reconhecer as frases que ferem. O segundo é substituí-las por verdades que libertam. É assim que a criança aprende que pode criar uma nova história.”

– Cocriar em vez de desejar – A especialista sugere rituais de ação consciente, como o momento de gratidão em família. “O erro está em ensinar a sonhar, não a realizar. É importante que a criança aprenda desde cedo que a vida responde à ação, não à esperança passiva.”

Um alerta coletivo

Reportagem da UNICEF publicada em 2024 aponta que os transtornos mentais já representam 16% da carga global de doenças entre pessoas de 10 a 19 anos, tornando a infância e a adolescência fases críticas para prevenção. A discussão sobre bem-estar psicológico infantil, que antes se limitava aos consultórios, passou a ocupar espaço nos noticiários, nas redes sociais e nas salas de aula.

Para Elainne Ourives, o debate é muito mais do que necessário: é urgente. “O verdadeiro inimigo está nas prisões emocionais invisíveis que governam a mente. Quando pais e filhos aprendem juntos a reconhecer e ressignificar emoções, eles rompem gerações de repetição e abrem espaço para uma infância mais leve e uma vida adulta mais saudável.”

Caminho para o futuro

A especialista defende que a nova geração precisa ser educada emocionalmente para lidar com frustrações e desafios de forma construtiva. “Cuidar da mente é tão essencial quanto alimentar o corpo. Uma criança emocionalmente equilibrada se torna um adulto capaz de criar, de se relacionar com empatia e de prosperar com consciência.”

O aumento das discussões sobre infância e saúde mental mostra que o tema deixou de ser tabu e passou a ser responsabilidade compartilhada. E, como conclui Elainne Ourives, “não existe futuro próspero em um lar emocionalmente doente, curar a mente é o primeiro passo para transformar o mundo”.

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Por Elainne Ourives

Treinadora mental, psicanalista, cientista e pesquisadora nas áreas da Física Quântica, das Neurociências e da reprogramação mental; autora best-seller de 10 livros; mestra de mais de 300 mil alunos em 40 países; formada por cientistas renomados; certificada pelo Instituto HeartMath; única trainer de Joe Vitale no Brasil; criadora do método Holo Cocriação e da Técnica Hertz® – Reprogramação da Frequência Vibracional.

Artigo de opinião

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